Segunda-feira 25 de Novembro de 7889

Superação leva Pimenta ao ouro inédito no mundial

fernando pimento 2017 ouro mundo_2Depois da prata com sabor a ouro, como se verificou na final do K1 1000, Fernando Pimenta “achou” que as lágrimas de tristeza (que não de desespero) que o segundo lugar provocou seriam um bom tónico para se superar e chegar a campeão na derradeira oportunidade que tinha no mundial de Racice (República Checa), no K1 5000 metros.

Foram 24 horas de inolvidável envolvimento – especialmente interno – que Fernando Pimenta viveu e conviveu com o facto de, de um desânimo temporário, se aprontar para um feito de grande impacte nacional e internacional, no que foi o melhor resultado da história da canoagem portuguesa em campeonatos mundiais.

Saindo da linha de partida como que um “bólide de fórmula 1”, Pimenta logrou colocar-se na frente do pelotão dos mais cotados – que não eram poucos, embora mais “aliviado” pela prata conquistada na véspera – entrando na primeira curva entre os três primeiros (com o alemão que foi vice-campeão) e mantendo uma cadência perfeita, que foi aprimorando pagaiada a pagaiada.

Com o alemão Max Hoff à ilharga, Pimenta não se incomodou e foi fazendo a sua prova até ao momento que considerou ideal para dar a “sapatada” (utilizando a linguagem ciclística) final e seguir paulatinamente para a conquista de um ouro que perseguia há alguns anos e que, em 27 de Agosto de 2017, surgiu com a previsão de um autêntico campeão.

O que foi reforçado pela medalha de prata no K1 1000, somando duas medalhas num único campeonato (mundial), o que aconteceu pela primeira vez, títulos que, no final da época, serão ainda mais apreciados porquanto alcançados no mês em que o novo campeão mundial completou 28 anos, no dia 13.

Campeão que colocou em primeiro lugar o agradecimento à família e aos portugueses mas, logo a seguir, enalteceu a luta dos bombeiros portugueses (e não só) que há meses não conseguem parar de correr de um lado para o outro para tentar apagar os fogos que trespassam Portugal de lés-a-lés.

O que faz de Fernando Pimenta um ser humano que, para além de se superar – e de ultrapassar significativamente os “mínimos” que a grande parte dos atletas de outras modalidades procuram apenas para estarem presentes nos grandes eventos – se transcende em nome de uma capacidade mental que leva a física a responder positivamente.

Neste último dia do mundial de Racice, Teresa Portela completou a final A do K1 200 metros no 9º e último lugar (40,006) – prova ganha pela neozelandesa Lisa Carrington, com 38.433 – ainda assim de relevo, enquanto o quarteto do K4 500, com Teresa Portela, Joana Vasconcelos, Francisca Laia e Márcia Aldeia, venceu a final B com 1.35,130 (10º lugar ma geral).

No K4 500 (masculina) a formação constituída por Emanuel Silva, David Fernandes, João Ribeiro e David Varela obteve o 8º lugar na final B, bem longe dos objectivos que já estiveram no horizonte desta equipa, o que corresponde ao 17º lugar da geral.

Ficamos com o magnífico registo demonstrado por Fernando Pimenta, um verdadeiro campeão como atleta e ser humano.

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