Liga NOS – Sporting 1 – Vitória de Setúbal, 0
Tal como Nélson Évora referiu, após de ter conquistado a medalha de bronze no mundial de Londres (“tive alguma sorte mas esta medalha foi o resultado do esforço feito, mais a mais sem poder obter um nível competitivo como os outros, dado que não consegui entrar nos meetings da Liga Diamante”), Bas Dost teve a sorte de estar no sítio e minuto exacto para ganhar uma grande penalidade, perfeitamente justificada.
No calor do jogo, em especial no último quarto de hora, quando o Sporting começou a jogar para ganhar – muito por “culpa” das entradas de Dombuia (64’) e Bruno Fernandes (68’), que deram dinâmica a uma equipa algo apática do ponto de vista atacante – Dost foi empurrado por Pedro Pinto dentro da pequena área, uma falta vista a quilómetros, que não deixou dúvidas a ninguém e que o próprio melhor marcador da competição da época passada não desperdiçou, com um remate seco e colocado (84’), que levou o guardião Trigueira a voar para a sua direita quando a bola entrou pela zona central da baliza.
Bem se pode dizer que o Sporting dominou mas apenas territorialmente em termos de posse de bola (64/36%), dado que as jogadas de perigo e as oportunidades de golo foram tão poucas, muito por culpa do 4x4x2 do Setúbal, que vendeu cara a derrota, impondo um jogo morno, muito devagar e quase em preocupar muito Rui Patrício.
O primeiro acto que criou algum frisson veio do, desta vez, pouco endiabrado e iluminado Gelson, que (8’) rematou ao lado, numa senda que durou toda a primeira parte, dado que o ritmo foi baixo, com o Setúbal a superiorizar-se na defesa do seu meio campo, numa primeira parte jogada com um certo anti jogo por parte dos setubalenses.
Um remate de Acuña (22’) não acertou na baliza, porque ao lado, o mesmo sucedendo (33’) quando Adrien, nas poucas oportunidades que teve, rematou também para fora da baliza.
No único momento de perigo congregado pelo Setúbal, Pedro Pinto, Rui Patrício estava atento e desviou para canto, do que nada resultou.
Neste primeiro tempo, o Sporting bem tentou fazer mais e melhor mas encontrou sempre pela frente um “muro” que não abriu brechas e, por outro lado, os leões também não souberam tornear ou contornar esses obstáculos por falta de “qualidade” expressa.
O segundo tempo começou melhor, com Adrien a rematar, de longe, à barra, ainda que a bola sofresse um pequeno desvio por acção de Venâncio.
Sentido este maior “peso” atacante do Sporting, o Setúbal “uniu” mais as suas pedras e o anti jogo continuou, sem que Bruno Paixão fizesse qualquer coisa para o evitar. Deixou andar. Estava calor, pelo que não convinha correr muito.
Podence (50’) conseguiu rematar mas à figura do guarda-redes e Dost (53’), no seguimento de um canto, cabeceou fraco para as mãos do guarda-redes. Num livre directo (58’) Adrien marcou longo, para o poste contrário da baliza, mas Dost não chegou a tempo de emendar a trajectória, saindo pela linha de cabeça.
Logo a seguir (59’) Willyan – que tinha entrado minutos antes – fez um remate à meia volta mas por cima da barra da baliza de Patrício, enquanto (63’) Mathieu, também à meia-volta, rematou à figura do guardião setubalense.
Entretanto, Dombuiá (que entrara um minuto antes, dando nova energia à formação leonina) rematou mas por cima da baliza (67’), tendo começado aqui uma maior pressão do Sporting na procura do golo, reforçada com a entrada (68’) de Bruno Fernandes. Mas de golos nada.
Dost (72’), de cabeça, voltou a não acertar na baliza, enquanto Dombuiá (75’) se isolou, a passe de Dost, mas rematou devagar, em jeito, mas a bola a sair pelo lado contrário da baliza.
Bruno Fernandes “entrou” no jogo (76’) quando rematou para uma grande defesa do guardião setubalense, com Dombuiá a não aproveitar o ressalto e a rematar ao lado.
A equipa leonina como que começou a entrar num “stress” que podia ser fatal (para um empate no final), valendo o tal empurrão, com o braço, de Pedro Pinto sobre Dost, que originou a grande penalidade (84’), que Bruno Paixão não deixou fugir
Com precisão, Dost continua a provar que “sabe” marcar grandes penalidades e (86’), rematou pela certa, chegando ao golo salvador.
Se o triunfo do Sporting se aceita perfeitamente, pelo descrito, Jesus tem muito trabalhar para reconstruir uma equipa praticamente nova no eixo central nevrálgico (saídas quase certas de William e Adrien), onde as coisas não estão a funcionar em pleno. Como se viu.
Patrício, Mathieu, Piccini, Coates, Jonathan Silva, Dombuiá, Bruno Fernandes e Dost sobressaíram nos leões, enquanto no Setúbal a equipa valeu mais pelo todo (defensivo, tapando quase sempre todos os caminhos para a sua baliza), embora com contra-ataques que podiam ter resultado de outra forma, destacando-se Trigueira, Nuno Pinto, Pedro Pinto, Pedrosa, Edinho Arnold e Willyan.
De salientar a boa assistência no Alvalade XXI, que registou 42.415 espectadores.
Bruno Paixão deixou rolar, nas calmas – nem sequer deu tempo complementar no final da primeira parte, que merecia pelo menos dois minutos – teve alguns erros de pouca monta mas acertou em cheio na grande penalidade, que decidiu o jogo, verificando-se que os auxiliares continuam com “falta de treino visual”. Venâncio Tomé, com as bolas a saírem pelo seu lado, não assinalou nada e obrigou Bruno Paixão, no meio do campo, a fazê-lo.
As equipas alinharam:
Sporting – Rui Patrício, Piccini, Coates, Mathieu e Jonathan Silva; Adrien (Bruno Fernandes, 63’) e Baqttaglia; Gelson, Podence (Doumbiá, 64’), Dost e Acuña (Bruno César, 64’).
Vitória de Setúbal – Trigueira; Arnold, Venâncio, Pedro Pinto e Nuno Pinto; Costinha, Pedrosa, Podstawski e João Teixeira (Nene Bonilha, 75’); Edinho (Paciência, 68’) e João Amaral (Willyan, 55’).
Disciplina: amarelo para Edinho (41’), Nuno Pinto (88’) e Bruno César (90’)