Liga NOS – Sporting, 4 – Chaves, 1
O Sporting fechou a época 2016/2017 sem ter conquistado fosse o que fosse – no campo do futebol profissional, esclareça-se – culminando com um triunfo que se considera normal ante um Chaves que facilitou um pouco.
Se bem que tivesse entrado concentrado no ataque para tentar abrir o marcador o mais rápido que fosse possível, não admira que o Sporting, como equipa da casa, utilizou os chamados “meios rápidos”, fazendo com que Bas Dost e Gelson criassem perigo junto da baliza à guarda de Ricardo logo aos dois minutos, quando Jefferson centrou para a pequena área e Dost (primeiro) e Gelson (na recarga) obrigaram o guardião visitante a empregar-se a fundo para não sofrer um golo tão cedo.
Mas parece que estava escrito que Dost – que ainda tentava chegar à bota de ouro apesar de Messi já levar quatro golos de vantagem – tinha que abrir o activo e depressa. E assim foi. Numa disputa com o defesa Carlos Ponck, Podence caiu e Jorge Ferreira não teve dúvidas: grande penalidade. Chamado a marcar o castigo máximo, Dost marcou – e muito bem – tendo aberto o marcador quando se tinham completado os primeiros dez minutos de jogo.
Aproveitando este “tónico”, o Sporting forçou o andamento junto da área forasteira e Bas Dost chegou ao segundo golo (15’) na sequência de um canto altamente marcado por Matheus Pereira directamente para a cabeça de Dost, que não perdoou e enviou a bola para o fundo da baliza. Dost (25’) teve nova oportunidade para elevar o marcador mas, sem adversários na grande área, com tempo para parar a bola e depois chutar, preferiu cabecear para o miolo da área onde não havia ninguém do Sporting, perdendo-se o efeito.
O Chaves ainda tentava chegar à baliza de Beto mas a verdade é que só uma vez é que Beto se teve de empregar a fundo para sair da pequena área e apanhar uma bola que William tentava desviar para a baliza. Mas entre o segundo e o terceiro golo dos leões mediaram apenas cinco minutos, porquanto (30’) Matheus Pereira chegou ao 3-0, depois de ter recebido a bola no lado esquerdo do ataque sportinguista, entrou na área, flectiu para dentro e rematou pela certa, ante o “bloqueio” de Ricardo, tal foi a força do remate. Ainda assim, o Chaves não se remeteu à defesa, fez um jogo aberto mas não criou perigo de maior.
No segundo tempo, o Chaves começou por arriscar mais e Fábio Martins rematou forte (50’), descaído um pouco para a esquerda do seu ataque, mas ao lado da baliza para, na resposta, Matheus Pereira, num livre directo (52’), enviou a bola ao ângulo com o selo de golo mas Ricardo foi lá busca-la.
Notou-se uma nova quebra do Sporting, por um lado, admite-se, porque a vitória estava quase certa e que, por outro, Bas Dost, que tinha marcado dois golos, não conseguiu ultrapassar Messi na liderança dos melhores marcadores europeus, já que o argentino tinha aumentado a vantagem, para quatro golos. Neste período de tempo, o Chaves acabou por marcar o primeiro golo (60’), quando William, na sequência de um centro da esquerda do seu ataque, rematou raso, forte, antecipando-se a Coates e a fazer o golo de honra.
A partir dos 56’ começaram as substituições, com o efeito de uma provável alteração de comportamentos, mas foi ainda Palhinha que (65’) rematou forte mas por cima da barra, numa altura em que p Chaves de torna mais perigo ante uma certa apatia que se abateu sobre os jogadores leoninos. Cinco minutos depois foi Fábio que obrigou Beto a uma grande defesa, enquanto Gelson se “entretinha” com a bola mas fazendo-a seguir para Dost que (71’) cabeceou para Ricardo segurar bem. Beto esteve de novo em evidência ao defender uma bola provinda de Fábio Martins, afastando o guardião sportinguista para canto.
Situação caricata surgiu (83’) quando é marcado um livre directo favorável ao Chaves, na zona frontal à baliza de Beto, com Francisco Geraldes a avançar da barreira antes do árbitro apitar, o que levou o árbitro a marcar outro livre onde o médio sportinguista tinha tocado na bola, dentro da área. O que valeu a Jorge ferreira foi o assistente estar atento e comunicar que aquilo era uma repetição, pelo que tinha que ser marcado no local inicial, antes da bola seguir para bater em Geraldes, que se adiantara. O livre não teve qualquer efeito. No minuto noventa, o árbitro considerou falta para grande penalidade de Massaia sobre Dost, o que este aproveitou para fazer o hat trick – e o 4-1 final – revendo-se o “filme” do primeiro golo: bola para um lado e guarda-redes para outro.
Mais três minutos de jogo e final da partida e do campeonato da Liga 2016/2017, que ficou com um saber amargo para os leões, o que acontece pelo segundo ano consecutivo e na era de Jorge Jesus, o que levou os grupos de claques a colocarem tarjas em Alvalade pouco abonatórias. Como será 2017/2018? Uma questão a colocar aos futuristas porquanto os do presente já se sabe.
No Sporting, realce para Beto, Dost (na primeira linha), Semedo, Podence, Matheus Pereira, Adrien (sempre com mau feitio que lhe garantiu um amarelo), e Gelson, enquanto no Chaves as referências vão para Ricardo, Patrão, Braga, Fábio, William, Massaia, Elhouni e João Mário.
O árbitro Jorge Ferreira deixou jogar, não teve problemas de maior porque soube gerir os contactos, enquanto ficámos com a sensação de que os auxiliares (muito mais o junto da bancada poente, entrada dos jogadores para o campo) já que nos pareceu ter havido mais do que uma falha em não assinalar foras-de-jogo a Bas Dost “noutras situações que não as dos golos”, bem como os seus assistentes (António Godinho e Rodrigo Pereira).
As equipas alinharam:
Sporting – Beto; Esgaio, Coates, Ruben Semedo e Jefferson; Podence (Francisco Geraldes, 68’), Adrien e Matheus Pereira (Bruno César, 58’); Gelson (Gelson Dala, 88’), Palhinha e Bas Dost.
Desportivo de Chaves – Ricardo; Rodrigo (Pedro Queirós, 75’), Carlos Ponck, Massala e Nelson Lenho; Patrão, Braga e Elhouni (Petrovic, 85’); Fábio Martins, William e Rafa (João Mário, 63’).
Disciplina: amarelo para Adrien (36’), Matheus Pereira (56’), William (77’), Coates (80’), Francisco Geraldes (81’), Patrão (85’) e Massaia (88’).