Pablo Carreño-Busta (Espanha) não surpreendeu ninguém ao conquistar, pela primeira vez, o Millennium Estoril Open de 2017, dado que mostrou, desde o dia 4 – quando os dois vencedores anteriores (Almagro e Gasquet) foram eliminados, que era o mais categorizado pera chegar ao almejado título, que lhe tinha fugido o ano passado, precisamente frente a Nicolas Almagro, na final.
Pablo Carreño-Busta derrotou Gilles Muller (Luxemburgo), por 6-2 e 7-6 [5], para erguer pela primeira vez o troféu de campeão do torneio português, que é também o primeiro da carreira em terra batida.
Primeiro cabeça de série no Clube de Ténis do Estoril, o jogador espanhol (25 anos) tinha o objectivo de continuar a melhorar os registos de participação no torneio português, mas não era tarefa fácil: com meias-finais na primeira edição do Millennium Estoril Open e final na segunda, tinha de vencer para o conseguir fazer.
Depois de um primeiro set em que foi “demasiado bom” – palavras do adversário, Gilles Muller, na entrega de prémios – Carreño-Busta viu o luxemburguês equilibrar o nível da contenda para proporcionar mais uma final equilibrada aos cerca de 3.500 espectadores que esgotaram mais uma sessão (a 5.ª) do Millennium Estoril Open.
Com a vitória celebrada ao som da música Hall Of Fame, dos irlandeses The Script, Pablo Carreño-Busta recebeu o troféu das mãos de António Monteiro (Presidente do Conselho de Administração do Millennium bcp) e Carlos Carreiras (Presidente da Câmara Municipal de Cascais), fazendo a festa com a sua equipa técnica e os milhares de espectadores que aplaudiram de pé a festa do espanhol, número 21 do ranking.
Na final de pares, Michael Venus e Ryan Harrison terminaram a semana da melhor forma com o troféu da Vista Alegre entre mãos após derrotarem os mais experientes David Marrero e Tommy Robredo, por 7-5 e 6-2, para vencerem o primeiro título ATP enquanto dupla.
Depois de um encontro que não começou da melhor forma e em que chegaram a estar com um break de desvantagem, Venus e Harrison, respetivamente neozelandês e norte-americano, estrearam-se em títulos no circuito ATP World Tour depois de um primeiro título ganho no circuito ITF, já em 2009, e de uma primeira final Challenger no ano anterior.
Marrero e Robredo não chegaram sequer a dispor de qualquer ponto de break na segunda partida e acabaram por sucumbir à dupla adversária em menos de uma hora de jogo, naquela que foi também a sua primeira final enquanto equipa no circuito de pares.
Harrison, que celebrou hoje o seu 25.º aniversário e com direito e bolo de aniversário no court, que levou para casa um cheque de 26.110 euros.
E assim se encerrou mais um Millennium Estoril Opem, com a certeza de que para o ano outro “galo” cantará, depois das acções de marketing que foram feitas junto dos responsáveis do ATP World.
João Zilhão, Director do Torneio
Finalizada a terceira edição do Millennium Estioril Open, o director do torneio, João Zilhão, mostrou-se satisfeito pela organização, tendo referido que “estamos muito contentes pelo Pablo Carreno Busta. Já há três anos que estava a ameaçar ganhar este torneio. Para mim é um futuro top-10 mundial, e acho que ele este ano já mostrou que pode ganhar muitos títulos e que talvez seja um dos possíveis sucessores do Rafael Nadal no circuito.”
Considerou ainda que “começamos com um quadro extremamente bom, perdemos dois cabeças-de-cartaz pela mesma razão, o que tem uma probabilidade rara de acontecer. Um foi para a Austrália, outro foi para a Argentina, e ainda assim tivemos um quadro de excelente qualidade, com grandes nomes, com excelentes jogos, com nomes que as pessoas adoram ver como o Richard Gasquet, o David Ferrer, e o Juan Martin Del Potro ainda jogou um encontro. O balanço desportivo foi bom, foi o cabeça-de-série número um que ganhou o torneio, por isso é um balanço positivo.”
Zilhão revelou ainda que tanto os patrocinadores, como os jogadores, e até o próprio ATP, deram um bom feedback ao torneio: “Quanto ao balanço do evento no seu todo, o feedback que temos dos patrocinadores é muito positivo e o que o público indicou também foi bom, e acho que o termos esgotado cinco sessões também mostra isso. Vimos, em todo o recinto, as pessoas animadas, divertidas, contentes.”
Satisfeito, embalou para referir que “em relação aos jogadores, o feedback que tivemos foi extremamente positivo, e realçam que alguns jogadores que são históricos do ténis mundial, e que têm muita experiência nos torneios, como o Tommy Robredo, David Ferrer, e Richard Gasquet, realçaram mais uma vez as condições fabulosas que encontraram neste novo figurino, que inclui o Clube de Ténis do Estoril, o Hotel Cascais Miragem e todo o enquadramento mais intimista deste torneio. Tivemos também a sorte de ter cá estado esta semana o mais alto quadro do ATP World Tour, o Chris Kermode, o presidente executivo do ATP World Tour, que ficou impressionado com o torneio.”
Uma coisa é certa, para o ano temos mais ténis no Estoril, com novos e bons despiques, a bem do desporto nacional e, particularmente, da modalidade, que foi presenteada, recentemente, com mais infra-estruturas, a caminho de poder gerir, ela própria, o complexo desportivo do ténis no Jamor (Estádio Nacional).
Depois de passar pelo Millennium Estoril Open como uma “bala”, João Sousa (37º), o melhor jogador português de sempre foi até ao ATP Masters 1.000 de Madrid e, tal como no Estoril, ainda dentro da velocidade da bala portuguesa.
É que Sousa foi afastado logo no primeiro jogo pelo italiano Fabio Fognini (29º) por um duplo 6-4, ficando bem longe dos quartos-de-final alcançados o ano passado.