Sexta-feira 23 de Novembro de 2598

“The Future of Football” – A prática é o critério da verdade

the-future-of-football_logo2A frase que intitula esta peça foi proferida por Jorge Jesus, enquadrada na sua apresentação no painel “Treino: o que faz a diferença?”, no que concerne aos “dez mandamentos” que o técnico tem definidos para a equipa que treina.

Não podia ser mais assertivo do que foi, porquanto só com a verdade se alcança uma prática de alto rendimento, a que se juntam todas as componentes do treino dentro do conceito da “influência do treinador no treino”, que explicou.

Falou ainda sobre o “sistema e modelo de jogo” para abordar a questão da importância IMG_1322do “modelo de jogador”, em função das características de cada um.

Isto depois do primeiro “bola de ouro” oriundo das escolas do Sporting (tal como o outro “bola de ouro” que dá pelo nome de Cristiano Ronaldo e proveniente também das escolas leoninas), Luís Figo, ter salientado, no mesmo contexto, que “o futebol é um fenómeno incomparável de fascínio único para os jovens, no contexto social e desportivo em constante mutação, sendo o papel do treinador importantíssimo no processo de formação do atleta e do homem, aproveitando as qualidades de cada um para criar um clima de sucesso”.

O colombiano Francisco “Pacho” Matura, antigo jogador, treinador e seleccionador da Colômbia, passou em revista a sua longa carreira (ainda em serviço como membro do Comité Técnico da FIFA) e salientou, entre outras coisas, que “a chave do sucesso a aprender todos os dias com as experiências de uns (jogadores) e outros (treinadores), para atingir os objectivos definidos ao longo dos anos.

Susana Torres, a “coaching” que acompanhou Éder no europeu de 2016 e é especialista em treino mental no desporto, deu a conhecer o trabalho que efectua com jogadores de vários países (16 jogadores antes dos europeus de França do ano passado), tendo explicado os passos dados (e a dar) para “alinhar” os objectivos do jogador em função dos da equipa.

Entre alguns outros métodos instituídos, referiu-se à “motivação para o treino” (para durar 90 ou mais minutos e não perder a concentração a meio do jogo), os “objectivos da equipa e ou de cada jogador”, sempre com “origem nos resultados”. Todo o trabalho é feito com o jogador, de forma individual.

Referiu-se ainda ao “treino” do cérebro e à necessidade de ter uma “visão periférica” do jogo e de cada jogada, tendo dado o exemplo de um “guarda-redes que em oito defendeu sete”, atleta que foi acompanhada pela própria.

Antes deste painel, Fernando Santos, o primeiro técnico português a conquistar um Campeonato da Europa de Futebol (absoluto) para Portugal, foi entrevistado por Rui Miguel Mendonça, director da SportingTV, sobre o tema “campeões europeus: como chegar ao próximo nível?”, relembrando o que se passou em França quando do euro’2016, referindo que a “convicção que existiu foi alicerçada no que vale o futebol português e na qualidade dos nossos treinadores e jogadores. Só assim foi possível concretizar o sonho de ser campeão europeu”.

Em resposta a uma questão colocada, Fernando Santos referiu que “faltou a Portugal um certo pragmatismo para conquistar um troféu ao mais alto nível e mais cedo, porquanto sempre tivemos jogadores muito bons”.

Sobre o mundial de 2018, “picado” pelo “pivot”, Fernando Santos salientou que IMG_1318“o objectivo é chegar o mais longe possível, incluindo ser campeão, pelo que o pior erro a cometer é estar numa situação confortável”, tendo frisado que, em relação ao europeu, “criou a fome de ganhar e a selecção foi sempre crescendo até chegar ao título”.

Para isso – foi ainda Fernando Santos que o disse – é “preciso fazê-los (jogadores) sentir importantes”, num trabalho que “está sempre centrado naquilo que os clubes fazem, onde todos são importantes e falando e actuando em grupo, no “nós” e nunca no “eu”.

No último painel desta quarta-feira, Roberto Samaden (Inter de Milão), Corne Groenendjik (Ajax), Roberto Toleo (Corinthians) e Franc Carbo Pujol (Barcelona), sob a moderação de Beto (guarda-redes do Sporting) abordaram, sob os pontos de vista de cada um, o tema “Academias de Futebol de topo, uma estratégia de expansão da marca”, área fulcral na procura de novos talentos que possam integrar as equipas principais e também para “exportar”, como forma de obter receitas consideráveis.

IMG_1306No início, Bruno de Carvalho salientou o “impacto que esta iniciativa tem tido ao longo dos três anos que agora se completam, face às propostas, que saíram dos congressos anteriores, para melhorar o futuro do futebol, e das reflexões que foram apresentadas às instâncias nacionais e internacionais, com a FIFA e a UEFA a comungarem de sugestões trabalhadas nesta sala”.

O presidente do Sporting reforçou a importância deste evento, porquanto “a questão perniciosa do papel dos fundos foi um combate já aceite pelas referidas instituições internacionais, bem como da FIFA ter proibido a partilha de passes, a bem da indústria do futebol, tendo considerado um êxito o papel que o Sporting desempenhou nesta matéria”

Pedro Proença (presidente da Liga Profissional) e Fernando Gomes (Presidente da Federação Portuguesa de Futebol) tiveram oportunidade de enaltecer mais esta iniciativa do clube de Alvalade, com o primeiro a salientar que “exportar talentos valeu mil e duzentos milhões de euros e que o Sporting tem sido um relevante fornecedor”, enquanto para o segundo “a Federação tem contribuído para o debate sobre o futebol nacional”, rematando que “o futuro não se espera, escreve-se, e que nunca devemos ficar satisfeitos, procurando sempre mais e melhor”.

Para João Paulo Rebelo, secretário de Estado da Juventude e do Desporto, “numa altura em que estou a concluir o primeiro ano do mandato, orgulho-me de estar aqui a enaltecer a ousadia do Sporting ao realizar este terceiro congresso, evento que ganhou nova dimensão em relação ao do ano passado, como nessa altura tinha previsto”.

Recordou que “o futuro está sempre em movimento e a enorme influência queIMG_1319 o futebol tem no nosso país, motivo pelo qual não se pode admitir a violência que se vai sendo no dia-a-dia, o que continua a manchar a modalidade em particular e o desporto em geral”.

E fez votos de que “rivalidade sim, mas violência não!”, adiantando que o clubismo não pode gerar violência que acabe com cidadãos mortos”, tendo feito “um apelo a todos para que haja fair play e espirito desportivo, dizendo não à violência!”

O congresso termina na manhã desta quinta-feira com debates sobre mais dois temas: “A gestão a nível mundial: perspectiva de topo”, com Bruno de Carvalho e Oscar Moscariello (Embaixador da Argentina em Portugal) e “Desafios para o futuro”, com figuras internacionais de primeiro plano em diversas instituições, nas quais se integra o português Emanuel Medeiros, Director-geral da Associação das Ligas Europeias de Futebol Profissional.

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