Liga NOS – Sporting, 1 – Benfica, 1
Num jogo em que a “gestão” da bola se ficou nos 50/50%, numa vantagem (3/1) em remates para a baliza para o Benfica (o único do Sporting foi a grande penalidade cumprida por Adrien), fica-se com a imagem de que pouco de especial numa partida que, à parte algumas boas jogadas, não teve nota artística elevada, independentemente de mais ou menos oportunidades de golo que, como se viu, não tiveram efeitos práticos.
O Sporting entrou mais rápido, como seria de esperar, com Gelson e Alan Ruiz a rematar contra dois defesas do Benfica, que evitaram o golo que esteve à vista.
Mas que não demorou muito tempo a surgir, face a um erro defensivo de Luisão que atrasou para Ederson que não dominou a bola e Bost, por perto, acercou-se da baliza quando o guardião do Benfica o rasteirou.
Grande penalidade sem dúvida e Adrien teve o condão de marcar superiormente, rematando para o lado contrário para onde se mandou Ederson, que ficou extremamente nervoso nos minutos eu se seguiram.
Com um golo de vantagem os comandados de Jorge Jesus entraram a jogar com maior lentidão, permitindo ao Benfica subir mais, e mais vezes, se bem que os leões pouco espaço deram aos jogadores de Rui Vitória, jogando-se nos meios campos mas sem grande perigo (nem jogadas para isso) de golo eminente.
Tudo tão calmo que até deu para os jogadores se cumprimentarem, ajudar o parceiro a levantar-se, fazendo lembrar que, nessa altura, Soares Dias deveria ter mostrado o cartão branco (da ética e do fair play).
Pelo meio, no primeiro tempo, ficaram grandes dúvidas quanto à actuação de Soares Dias em alguns casos polémicos dentro da grande área do Sporting, em que teria havido lugar à marcação de duas ou três contra o Sporting, se bem que não tivesse existido grandes protestos por parte nem dos jogadores do Benfica.
A um minuto do intervalo, Grimaldo deu o primeiro sinal de que o Benfica poder chegar ao empate, quando da marcação de um livre que levou a bola, em forma de folha seca, ao canto da baliza de Rui Patrício, obrigando-o a esticar-se para desviar para canto.
O equilíbrio foi a maior nota, com algum pendor para o Benfica depois de ter sofrido o golo, se bem que o Sporting tenha resolvido da melhor forma, fechando alguns corredores de acesso à baliza.
No tempo complementar, uma jogada iniciada por Alan Ruiz, passou a Gelson e este a Adrien fazendo o centro para o poste mais longe da baliza de Ederson onde Dost cabeceou para cima da barra.
Dost que perdeu um possível golo a seguir (53’), quando desviou um passe de Gelson, mas fê-lo de forma desajeitada e a bola passou ao lado do poste.
Foi altura de o Benfica começar a recuperar, ante a improdutividade sportinguista, mas Salvio chutou muito por cima da barra, seguindo-se Schlelotto a fazer o mesmo (58’).
Mitroglou (60’) chutou com o pé contrário (direito) e mandou a bola à figura de Patrício, para o Benfica empatar poucos minutos depois, com grandes culpas para a defesa sportinguista.
Não se percebeu como é que, para um livre que é marcado a dois ou três metros da linha de grande área, não se fez barreira, deixando várias brechas, que Lindelof aproveitou da melhor maneira, para marcar de forma superior e bateu Patrício sem apelo nem agravo, porque o voo que fez não chegou para alcançar a bola.
A partir daí, o Benfica passou a dominar mais um pouco, ante uma certa apatia sportinguista, que permitiu que Dost quase tivesse metido a bola ma própria baliza não fosse a atenção e intervenção de Patrício.
Por outro lado, Vitória antecipou-se sempre nas substituições, sendo que a última para o Sporting foi feito a três minutos do final do jogo (entrou Cambel para o lugar de Gelson, que se tinha lesionado), o que não se percebe para uma equipa que queria ganhar o jogo.
O empate serve mais como “castigo” para o Sporting, que o permitiu, sem considerar os tais erros de Soares Dias, a comprovar-se as três grandes penalidades que teriam existido contra o Sporting.
Fica a nota positiva (mas que não dá pontos) de o Alvalade XXI ter conseguido a terceira enchente de sempre, com 48.765 espectadores, a seguir ao recorde frente ao real Madrid (mais de 50.046) e ao F. C. do Porto mais de 49.399).
No Sporting, destaque para Patrício, Schelotto, Bruno César, William, Paulo Oliveira, Adrien (pelo golo em especial), Dost e, em especial, Coates e Gelson.
No Benfica, onde Lindelof foi o melhor, realce ainda para Grimaldo, Luisão, Fejsa, Salvio, Cervi e Nelson Semedo.
Artur Soares Dias deixou correr o jogo, conversou demasiado com alguns os jogadores (“queimando tempo”), faltou mais um ou outro cartão amarelo e nas grandes penalidades só depois de ser ver. Uma exibição não conseguida plenamente.
Os assistentes (Rui Licínio e Paulo Soares) passaram praticamente despercebidos.
As equipas alinharam:
Sporting – Rui Patrício; Schelotto, Coates, Paulo Oliveira e Jefferson; Gelson (Campbell, 87’), William, Adrien e Bruno César (Podence, 79’); Alan Ruiz (Bryan Ruiz, 64’) e Bas Dost.
Benfica – Ederson; Nélson Semedo, Luisão, Lindelof e Grimaldo; Sálvio (Carrillo, 73’), Fejsa, Pizzi e Rafa (Raul Jimenez, 57’); Cervi e Mitroglou (Filipe Augusto, 80’).
Disciplina: amarelo para Alan Ruiz (64’), Mitroglou (76’), Raul Jimenez (81’) e Luisão (90+2’).