Foram precisas cerca de quatro horas e meia, ante um calor quase sufocante no recinto coberto do CIF, para que Gastão Elias (89º do ATP) se decidisse vencer o ucraniano Artem Smirnov (507º), depois de ter o triunfo nas “mãos” por várias vezes.
Nesta primeira partida do encontro da segunda ronda do Grupo I da zona euro-africana da Taça Davis, Gastão derrotou o seu adversário pelos parciais de 6-4, 7-6 (1), 6-7 (6), 3-6 e 6-1, tendo disposto de quatro “match-points” na terceira partida, dois no “tie-break”.
Alguns erros de cálculo outros de falta de força anímica e de concentração noutros pontos perdidos, Gastão teve o condão (para rimar) de colocar os espectadores em permanente “desassossego”, provocado também por um adversário calculista, trabalhador, mas que acabou por baquear também em jogadas para ganhar e que não as soube concretizar.
No final, o tenista luso acabou por dizer que “não esperava um encontro tão difícil” – confirmação de que facilitou demais – e que “sabia que o ’ranking’ dele não correspondia ao nível do ténis que praticou, porquanto teve grandes vitórias perante outros jogadores”, tendo concluído que “em grande parte do encontro, foi agressivo e não me deu tempo para controlar o jogo”, na certeza de que “houve momentos em que o encontro esteve difícil de controlar, mas consegui dar a volta. Ganhei os dois primeiros ‘sets’, mas com pouca margem. Tive vários ‘match-points’ no terceiro ‘set’, ele cresceu e ganhou muita confiança com o terceiro set”.
No segundo jogo, João Sousa não abriu mão da sua posição “superior”, do alto do 37º posto no ATP e “despachou” o ucraniano Nikita Mashtakov (1.558º) por 6-0, 6-3 e 6-0, que durou pouco mais de uma hora.
Sousa salientou que “temos vindo a jogar um bom ténis, o nosso objectivo é chegar ao Grupo Mundial e estamos mais perto”, frisando ainda que “o importante é recuperar bem fisicamente”.
Com duas vitórias, Portugal está com pé e meio no “play-off” de promoção ao Grupo Mundial, o que se confirmará se vencer, este sábado (15 horas), o jogo de pares opondo João Sousa e Gastão Elias ao par composto por Illia Biloborodko (jovem que completa 17 anos em Maio próximo e que se estreia na Taça Davis) e Denis Molchanov (18 anos, 759º no ATP e também em estreia nesta competição).
Esta é a previsão da formação das duas equipas, que ainda está sujeita a confirmação até uma hora antes do início do jogo, altura em que se ficará a saber se haverá ou não alteração ou não.
Antes do encontro, João Sousa será alvo de uma homenagem por parta da organização da Taça Davis, recebendo a “Davis Cup Commitment Award”.
Esta é a segunda vez que Portugal joga a eliminatória que decide o apuramento para a elite mundial, depois de se ter estreado em 1994, no Lawn Tennis Club Foz, no Porto.
Nessa altura (há 23 anos) a selecção lusa, capitaneada por José Vilela, foi formada por João Cunha e Silva, Nuno Marques, Emanuel Couto e Bernardo Mota, que perderam ante uma Croácia mais forte, impedindo Portugal de concretizar o sonho de atingir o grupo mundial.
