Taça de Portugal Placard – Benfica 3 – Estoril 3
Bem se pode dizer que o apuramento do Benfica foi arrancado a “ferros” face a uma intransigente força anímica do Estoril, pese embora Rui Vitória sido o “culpado” por facilitar ao apresentar uma equipa inicial sem avançados, em forma de “descanso”.
De parabéns estão os estorilistas que souberam fazer sofrer o mais “potente” adversário, não só na Luz como também no jogo da primeira mão, de onde saíram os golos suficientes para o Benfica passar à final, que esteve em risco por várias vezes.
Pese embora tivessem tido mais oportunidades (9-6) e mais remates (13-6) à baliza, o Benfica teve na defesa um grande “busílis” porque permitiu três golos no seu reduto, o que é coisa nada fácil (ou talvez seja, como se provou) mas em que o Estoril soube explorar da melhor maneira e criar um espectáculo que, porque não, ninguém esperaria.
Só pelos golos, pelo entusiasmo dos visitantes (aproveitando algumas fragilidades defensivas), obrigou o finalista Benfica a trabalhos redobrados e também Rui Vitória a ir ao “banco” buscar as estrelas (Pizzi, Jonas e Salvio) que lá estavam para resolver a situação.
Apesar do “arrepio” provocado pelo Estoril ao Benfica – os homens de Pedro Emanuel nunca se deixaram abater mas acabaram por cometer alguns erros (tal como o Benfica) que originaram o empate final, que se pode considerar excelente em termos de jogo vivo, alegre e com bastantes golos e para todos os gostos.
Durante a primeira meia hora, a primeira oportunidade surgiu para o Benfica, quando Rafa (14’) arrancou velozmente, passou pela defesa e rematou forte que Luís Ribeiro defendeu para perto, permitindo a recarga mas que voltou a defender para canto.
Dois minutos foi Carrillo a ir também por aí adiante, centrou raso mas Cervi, no outro lado do campo, chegou atrasado.
O Estoril só chegou à baliza de Júlio César através de um pontapé de canto (23’), que deu origem a três recargas mas que a defesa benfiquista resolveu com alguma dificuldade.
Chegada a meia hora, tempo para o início dos golos. Bruno Gomes, o avançado do Estoril, ante a passividade de Lindelof, conseguiu espaço para rematar e de que maneira. Uma autêntica “bomba” que, em jeito de folha seca, fez (31’) a bola entrar junto ao canto superior da baliza de Júlio César, que nem se fez ao lance.
Mas o Benfica empatou dois minutos depois, com um golo de Carrillo, que recargou a bola provinda de uma defesa deficiente, a soco, de Luís Ribeiro, com o médio benfiquista a aproveitar a “oferta”.
O segundo tempo iniciou-se com o segundo golo do Estoril, ante a apatia global de toda a equipa do Benfica. A boa foi rapidamente colocada na zona da área de Júlio César, onde Carlinhos, que tinha acabado de entrar no jogo, aproveitou a “abertura” de um corredor limpo e rematou forte, fazendo a bola roçar no guardião encarnado mas levá-la até ao fundo da rede tal a força implementada.
O Benfica voltou a “tremer”, mas foi-se recompondo pouco a pouco, o jogo tornou-se mais equilibrado, embora o Benfica tenha passado um bom período de tempo com “moleza” mais.
Bruno Gomes (53’) esteve a milímetros de chegar ao golo e aumentar a vantagem do Estoril mas, no minuto seguinte, foi o Benfica que empatou. Zivkovic aproveitou, desta vez, as facilidades concedidas pela defesa estorilista e rematou em arco pronunciado para o canto contrário onde se encontrava o guardião Luís Ribeiro, que nada pode fazer.
Cinco minutos depois, foi Carrillo que se isolou e, ante a saída do guardião do Estoril, fez um “chapéu” mas deu um pouco mais de efeito e a bola foi estampar-se contra a barra.
Carlinhos, “fresco” voltou a criar perigo quando (65’) “desfez” a defesa benfiquista e obrigou Júlio César a uma excelente defesa, logo seguida de outra em face da recarga de Bruno Gomes.
Ao fazer entrar Jonas (68’), Rui Vitória procurou a sorte e a verdade é que, três minutos depois, o número dez do Benfica chegou ao 3-2, depois de receber a bola de Cervi e rematar ante a passividade da defesa canarinha.
Tentou o Benfica “descansar” – estava no papo segundo pensaram – mas o Estoril ain da teve forças para voltar a empatar, com Bruno Gomes (77’) a bisar, aproveitando um enorme buraco no centro da área, onde se encontrou só com a bola e a mandou para o local certo.
Altura (80’) para Rui Vitória ainda meter Salvio em jogo para tentar aumentar a vantagem mas ficou-se por aí.
Um bom jogo, muitos golos, o David venceu o Golias e o Benfica está na final da Taça de Portugal, onde defrontará o Vitória de Guimarães, que também sofreu ante o Chaves para se “safar”.
Pode dizer-se, para finalizar, que as equipas se equilibraram, com o destaque de um ou outro jogador, uns pela positiva outros pela menos positiva, mas o empate foi um bom resultado para ambos.
Rui Costa (Porto), apesar de um ou outro erro, mais cartão ou menos cartão mostrado, não teve influência no resultado, o que é sempre bom. Os assistentes acompanharam-no com a mesma bitola.
Constituição das equipas:
Benfica – Júlio César; André Almeida, Lindelof, Lisandro Lopez e Grimaldo; Carrillo (Salvio, 80’), Samaris, Filipe Augusto (Pizzi, 55’) e Cervi; Rafa (Jonas, 68’) e Zivkovic.
Estoril – Luís Ribeiro; Mano, Dankler, João Afonso e Ailton (Kleber, 80’); Tocantis (Carlinhos, 45’), Diogo Amado e Eduardo; Matheus Índio, Bruno Gomes e Licá (Allano, 72’).
Disciplina: Amarelo para Allano (82’) e Carlinhos (90+2’)