Domingo 25 de Novembro de 2429

FPF mostra cartão vermelho à violência

cartao-vermelhoNuma mensagem no sitio oficial da Federação Portuguesa de Futebol, o Presidente Fernando Gomes, invoca as medidas de segurança implantadas pela FPF para travar o ambiente mais hostil aos árbitros e outros agentes desportivos. Diz Fernando Gomes,  que é uma medida contra a ideia de que como devia ser o ambiente no mundo do futebol, bem como noutra qualquer modalidade desportiva ,  “A FPF acaba de implementar um plano nacional de segurança adicional para as equipas de arbitragem das suas competições.  Ele demonstra que estamos num caminho errado de crescimento de discursos públicos com níveis de irresponsabilidade difíceis de aceitar.  Mas embora não me orgulhe desta decisão, entendo que ela é necessária e adequada.”

Esta mensagem, do Presidente da FPF,  foi divulgada após uma reunião da entidade que gere o futebol em Portugal, em que os casos de violência sobre os agentes desportivos foram o tema. No final da reunião resultou um comunicado de 11 pontos, em que no ponto 2 é mencionada a principal medida a ser implantada  “FPF decidiu, hoje, requerer, junto da Polícia de Segurança Pública e da Guarda Nacional Republicana, o policiamento de todos os jogos das competições Seniores e Juniores A organizadas pela Federação Portuguesa de Futebol, até ao final da temporada 2016/17.”

Com este conjunto de de decisões a FPF procura criar uma medida adicional que garanta um clima de normalidade desportiva até ao fim da época desportiva.

FPF_frase-fpf-fita_fpfutebolFica aqui na integra o comunicado  da Federação Portuguesa de Futebol:

1 - A FPF reuniu no dia 25 de março com as associações distritais de futebol, a quem fez sentir a necessidade de ser requerido policiamento para os jogos com clubes onde o histórico de episódios violentos é manifesto.

2 - A FPF decidiu, hoje, requerer, junto da Polícia de Segurança Pública e da Guarda Nacional Republicana, o policiamento de todos os jogos das competições Seniores e Juniores A organizadas pela Federação Portuguesa de Futebol, até ao final da temporada 2016/17. Com esta ação, a FPF acrescenta uma medida adicional de segurança para árbitros e demais agentes desportivos, permitindo assim a criação de um clima que permita a reflexão – sem alarme, sem populismo e sobretudo sem instrumentalização – de uma tema que é bem mais complexo e abrangente e de que ninguém se deve isentar de responsabilidades.

3 – A FPF recorda que os seus órgãos disciplinares têm atuado com rapidez e de acordo com os regulamentos em vigor. O valor que os clubes em Portugal estão a pagar pelo mau comportamento dos seus adeptos é o mais alto de sempre, mas isso não pode nem deve eximir os mais relevantes atores sociais do fenómeno do futebol de utilizarem todos os canais à sua disposição, para a promoção de um ambiente social saudável, sem que isso signifique a privação da crítica a que todos estamos sujeitos.

4 – A Federação Portuguesa de Futebol criou em dezembro de 2013 uma Comissão de Qualificação de Jogos para atribuir os graus de segurança exigíveis nos jogos das competições que organiza.

5 – Da Comissão de Qualificação de Jogos fazem parte dois elementos do Conselho de Arbitragem da FPF, um elemento da APAF e um elemento da Direção de Competições da FPF. Esta Comissão analisa semanalmente o grau de risco de todos os jogos e define-os como de risco relevante, normal ou reduzido.

6 – A listagem de jogos é divulgada semanalmente através de comunicado oficial. Esta época já foram qualificados como de risco relevante dezenas de jogos de futebol e futsal, masculino e feminino, nos diferentes escalões.

7 – Todos os jogos definidos como de risco relevante são objeto de policiamento.

8 – Em Portugal disputam-se por época 124 873 jogos de futebol, futsal e futebol de praia de âmbito nacional e regional.

9 – Analisados os casos de violência associada a árbitros, equipas e adeptos, a FPF entende que a Lei 216/2012, sem prejuízo de eventuais melhorias que o Estado possa querer implementar, enquadra corretamente as questões de segurança.

10 – No entanto, a FPF não ignora a fase da época desportiva que atravessamos, uma generalizada violência verbal que se agudiza desde o final do ano passado e para a qual o Presidente do Conselho de Arbitragem chamou à atenção em artigo publicado na imprensa nacional nessa altura, além do alarme social causado pelos mais recentes casos de inconcebível e inaceitável violência, nomeadamente os que envolveram árbitros de futebol.

11 – A FPF também não ignora a irresponsabilidade com que são tratados os árbitros de futebol, diabolizados dia após dia por pessoas com responsabilidades nos clubes com maior número de seguidores e por pessoas socialmente relevantes.

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