António Gentil Martins passou a liderar
António Gentil Martins, conceituado cirurgião plástico e cirurgião pediatra português, celebrizado pelas várias operações de separação de gémeos siameses que liderou, também desportista olímpico, é o novo presidente da Associação dos Atletas Olímpicos (AAOP), cuja posse foi confirmada esta quinta-feira, no Comité Olímpico de Portugal.
A cinco meses de completar 87 anos, Gentil Martins, como é mais conhecido, vai cumprir um mandato de quatro anos, na sequência do que é o novo ciclo olímpico 2017-2020, dando seguimento ao que já se verificou no Comité Olímpico de Portugal, onde José Manuel Constantino também foi confirmado para o mesmo ciclo.
Da “família olímpica” faltam ainda as eleições para a Academia Olímpica de Portugal e para a Comissão de Atletas Olímpicos, órgãos do Comité Olímpico de Portugal, enquanto a AAOP é uma associação privada formada pelos antigos olímpicos portugueses.
José Manuel Quina, antigo velejador de mérito (com o irmão Mário Quina), é o novo presidente da mesa da assembleia geral, onde se encontram também as olímpicas Susana Feitor (atletismo), Petra Chaves (natação), entrando para a Direcção o atirador Jacques Pena, o ecléctico Bessone Basto, a judoca Filipa Cavaleri, entre outros.
Chito Rodrigues (esgrima) no Conselho Fiscal; Armando Marques (prata no tiro) no Conselho Consultivo, onde se integra a judoca Telma Monteiro e o voleibolista João Brenha, foram outros atletas olímpicos eleitos.
Nas palavras preferidas, Gentil Martins salientou que “a AAOP necessita de ser mais dinâmica para concretizar os principais objectivos que levaram à sua criação em 1992: a defesa dos valores olímpicos, do corpo e do espirito e a defesa dos atletas.
Reforçou ainda que “consideramos, como Pierre de Coubertain, o olimpismo como uma filosofia de vida, exaltando e associando as qualidades do corpo, da vontade e do espirito, procurando criar um modo de visa baseado no prazer do esforço, no valor educativo do bom exemplo e no respeito pelos princípios éticos fundamentais”, frisando que “nestes, importa referir o jogo limpo, a persistência no contínuo aperfeiçoamento e concretização de um objectivo válido, a honra, a amizade, a solidariedade, a não-violência, o dar sempre o seu melhor, respeitando o vencido e sendo humilde na vitória, procurando lutar por uma sociedade de paz e preservadora da dignidade humana”.
Para este mandato, Gentil Martins e a sua equipa “propõe-se desenvolver todos os projectos válidos em curso como, por exemplo, o projecto de investigação na saúde liderado pela investigadora da FMH Analiza Silva e o projecto idealizado por Paulo Martins, também da FMH, no que respeita à acção social a promover nos estabelecimentos prisionais.
Salientou dar uma especial enfase “não só às melhores condições possíveis para a preparação olímpica dos atletas mas, sobretudo, à facilitação dos estudos necessários a uma carreira profissional, conscientes de que a exigente actividade de um atleta olímpico não pode nem deve vir a hipotecar o seu futuro no período pós-carreira.”
Gentil Martins fez ainda sentir que “pretendemos valorizar a posição dos treinadores, atribuindo-lhes uma nova categoria de associados, o mesmo sucedendo com os apoiantes e patrocinadores.”
Resta agora esperar no que, na prática, se poderá concretizar, dado que os meios financeiros à disposição da AAOP são escassos.