LIGA NOS – Benfica, 3 – Moreirense, 0
Demorou meia hora a resistência dos homens de Moreira de Cónegos à “avalanche” de futebol – nem sempre muito linear, apesar de algumas facilidades tidas – que os comandados de Rui Vitória impuseram no jogo (na ordem dos 80/20%).
Por um lado, pela excelente exibição do guardião da equipa visitante, que evitou os golos enquanto pôde e, por outro, pela dificuldade que os jogadores benfiquistas tiveram em criar caminhos mais directos para a baliza contrária, umas vezes abusando do individualismo e, outras, pela acção da linha defensiva do Moreirense, que ocupou todo o seu meio campo, tapando as linhas de acesso.
Ainda que com o percalço tido (15’) com a lesão de Eliseu, que foi obrigado a ser substituído por André Almeida, o Benfica bem porfiou mas os remates saiam sempre fora do ângulo da baliza de um guardião quase sempre a tempo e, até, mal batido no primeiro golo, onde a falha maior foi dos centrais, que deixaram uma autêntica auto-estrada para Pizzi passar só e inaugurar o marcador.
Recorde-se que Cervi (7’) criou pwerigo num centro para a área onde o guarda-redes saíu muito bem e agarrou a bola; Cervi que esteve (9’) de novo em evidência ao centrar para Sálvio, de cabeça, proporcionar uma enorme defesa do guardião forasteiro; que Salvio (18’) recebeu dominou a bola com o pé direito, passou para o esquerdo e rematou para mais uma excelente defesa de Makaridze, em voo, para canto.
Numa situação de contra-ataque rápido, o Benfica partiu com uma vantagem de 3×2 (em jogadores) e perdeu a jogada por individualismo, tendo Gonço Guedes, a passe de Semedo, cabeceado (30’) ao lado da baliza. Mas foi o “sino” do anúncio que as palmas se iriam ouvir.
Numa nova “vantagem” de jogadores na relação ataque-defesa, o Benfica chegou ao 1-0 (31’) com um belo golo de Pizzi que, oportuníssimo, encontrou a tal “auto-estrada” construída pela ausência de jogadores do Moreirense que permitiu chegar à bola centrada por Cervi e mandar, em posição frontal, a bola para a baliza de um guardião sem guarda, que mergulhou para o lado contrário.
Este golo espevitou mais o Moreirense do que o Benfica, e o empate esteve à vista (36’) quando Roberto se isolou e rematou “acossado” por um Luisão de “cabedal” que, mesmo assim, obrigou Ederson a uma grande defesa para canto. No seguimento da marcação, Ederson voltou a estar em evidência ao afastar a bola da sua área.
No segundo tempo, o domínio do Benfica manteve-se e chegou aos 2-0 (57’), depois de Cervi (51’) ter obrigado o guardião visitante a mais uma defesa de categoria, evitando, por duas vezes, que a bola entrasse.
Mas Pizzi não estava “virado” para falhar e, depois de ser lançado por Salvio, marcou o segundo golo ao descair pela esquerda, rematando de forma “angular” para o canto contrário onde estava o Makaridze, que não teve qualquer hipótese de chegar à bola.
Quatro minutos depois, foi o mesmo guarda-redes a evitar o 3-0, primeiro ao desviar cabeceada por Luisão e, depois, de um forte remate de Cervi, que aproveitou os erros de Sagna.
Depois de se saber que estiveram 55.970 espectadores na Luz – uma “iluminação” suplementar de grande alcance – Makaridze voltou a impressionar ao evitar um possível golo, dando o peito a uma bola rematada por Cervi, que acabou por sair pela linha final.
Mantendo a “pressão” e aproveitando o cansaço dos visitantes, o Benfica chegou ao 3-0, com um golo de Raul Jimenez (90’), justificado pela supremacia demonstrada, afastando-se mais do F.C. do Porto, que não foi além de um empate no Restelo.
Cervi foi um “motor” e um “municiador” que nunca parou, para alimentar Salvio, Pizzi, Gonçalo Guedes e Raul Jimenez, numa equipa onde sobressaíram ainda, Ederson, Luisão e Lindelof, enquanto no Moreirense se regista a maior referência para o guardião Makaridze, para além de Rebocho, Roberto, Cauê, Podence e Nildo.
Chefiada por Luís Godinho (Évora), que teve boa colaboração dos assistentes Valter Rufo e Venâncio Tomé, a formação de árbitros deixou jogar largo, embora com o senão de ter perdoado uma grande penalidade a favor do Benfica, quando o defesa do Moreirense agarrou (19’) a cabeça de Salvio dentro da área, impedindo-o de se fazer à jogada.
Constituição das equipas:
Benfica – Ederson; Nelson Semedo, Luisão, Lindelof e Eliseu (André Almeida, 15’); Sálvio (Carrillo, 65’), Fejsa, Pizzi e Cervi; Gonçalo Guedes (Rafa, 83’) e Raul Jimenez.
Moreirense – Makaridze; Sagna, André Micael, Diego Galo e Rebocho; Cauê, Nildo (Jander, 59’) e Neto; Podence (Dramé, 70’), Roberto (Ramirez, 80’) e Francisco Geraldes.
Disciplina: cartões amarelos para Cauê (33’), Nildo (36’), Sagna (42’), Fejsa (66’) e Jander (82’)
Artur Madeira
Restantes jogos:
Arouca, 1 – Paços Ferreira, 0
Tondela, 2 – Guimarães, 0