LIGA NOS – Benfica, 3 – Sporting Braga, 1
Com um início extraordinariamente vivo e com nível, em que nos dez primeiros minutos do jogo se podiam ter marcado cinco golos, a grande verdade é que golos houve, futebol também mas, uma vez mais, a ética não funcionou em pleno.
Referirmo-nos ao que se seguiu ao segundo golo do Benfica, com dois jogadores (Marafona e Hassan) amarelados e o técnico do Sporting de Braga na bancada (estará a imitar Jorge Jesus?).
Logo na segunda jogada (coube aos bracarenses o pontapé de saída), Mitroglou teve o caminho aberto, no primeiro minuto, para o golo mas rematou ao lado, ainda que bem perto do poste da baliza de Marafona.
O Braga não se ficou atrás e Hassan (3’), também com a baliza escancarada, não aproveitou porque rematou ao lado.
Foi ainda o Braga (4’) que podia ter aberto o activo mas, desta vez, foi Júlio César a dar o peito à bola, que resvalou para canto, mas o Benfica respondeu da mesma forma, com Gonçalo Guedes (8’) a rematar à figura de Marafona e Sálvio (10’) a obrigar o guardião bracarense a uma enorme defesa para evitar o golo, nuns dez minutos de se lhe tirar o chapéu, face às oportunidades de golo criadas e não concretizadas.
Com tanta intensidade e em tão pouco tempo, previa-se que, mais tarde ou mais cedo, “alguém” tinha que pagar as favas do esforço feito nesta abertura. O primeiro foi o guardião Marafona, que terá sofrido uma entorse no pé esquerdo, que obrigou a duas paragens mais ou menos prolongadas (muito mais do que os quatro minutos que Jorge Sousa deu no final da primeira parte).
No reatamento, Grimaldo, qual “rato atómico” (estava em todas), rematou forte para Marafona defender e voltar a parar.
Face à pressão exercida e passado o “oxigénio” inicial do Braga, que até esteve mais próximo de marcar do que o Benfica, foram os benfiquistas a abrir o activo (26’), na sequência da jogada que começou com um toque de calcanhar de Pizzi para Gonçalo Guedes e este centrar para o lado contrário onde estava Mitroglou sem marcação, que este aproveitou para disparar um tiro que deu o 1-0, o que levou a afrouxar a “velocidade” até aí usada para tentar chegar ao golo em primeiro lugar por qualquer das equipas.
Ricardo Horta (36’) ainda voltou a tentar, mas Júlio César estava atento e fez uma grande defesa para canto, do qual nada resultou, chegando o intervalo pouco depois sem alteração no marcador.
No segundo tempo, voltou a pressão inicial e Wilson Eduardo centrou para Rosic atirar de cabeça para, uma vez mais, Júlio César se esticar e desviar a bola para canto.
Na resposta e na sequência de um livre, Gonçalo Guedes obrigou
Marafona a mais uma defesa de grande porte, desviando a bola para canto com a palma da mão esquerda, isto no seguimento da marcação de um livre favorável ao Benfica.
Aos 53’ há um flagrante fora de jogo de um jogador do Braga que o assistente local deixa passar em claro e que podia ter dado golo, mantendo-se toda a ofensiva do Benfica, embora com o Braga mais “soft”.
Ricardo Horta (63’) rematou de longe mas a bola passou algo longe da baliza mas, no outro lado da “barricada”, Gonçalo Guedes esteve imparável nos remates e fez mais um (68’) a obrigar Marafona a esticar-se para, com os benfiquistas a reclamarem uma grande penalidade que até terá existido.
Cinco minutos depois, já com a formação bracarense em “sofrimento” eis que Pizzi marca o segundo golo. Junto da grande área, Mitroglou quis passar a bola para um seu companheiro mas houve um efeito não se sabe de que tipo e a bola acabou por retroceder para Pizzi que não perdoou e não estava em fora-de-jogo.
Depois deste golo, gerou-se uma certa confusão, o que levou o árbitro a apresentar amarelos a Hassan e Marafona, bem como expulsar o técnico bracarense, desnorteando ainda mais a equipa que (77’) sofreu o terceiro golo, de novo por Mitroglou, no seguimento de um cruzamento de Nélson Semedo, Pizzi controlou a bola no lado contrário e, quase em cima da linha final, levantou a bola para a cabeça de Mitroglou dar um “geitinho” e desviá-la para dentro da baliza, com os jogadores apáticos.
Um golo que “fulminou” os 52.181 espectadores presentes no Estádio da Luz, que viram ainda entrar o jovem (17 anos) José Gomes, que obrigou (85’) Marafona, uma vez mais, a evitar o que seria o 4-0, esticando-se e chegando à bola.
Num último “arrufo”, o Braga chegou – e bem, porque mereceu – ao golo de honra (90’), obtido por Rosic, de cabeça e no seguimento de um canto, com toda a gente parada à espera do jogo acabar.
Tal como na primeira parte (53-47%), a segunda deu o mesmo resultado com o Benfica a liderar a posse de bola.
No Benfica, Júlio César, Gonçalo Guedes e Pizzi, em especial este último (porque esteve nos três golos), foram enormes, mas destacando-se ainda Grimaldo, Mitroglou e Salvio. No Braga, Marafona foi o grande herói, onde Wilson, Hassan, Ricardo Hotya, Rosic, Baiano e Vikcevic estiveram melhores.
A equipa de arbitragem do Porto, chefiada por Jorge Sousa, não teve problemas de maior, conseguiu acompanhar o ritmo diabólico nos primeiros dez minutos e durante todo o jogo, falhando o assistente Ricardo Santos uma vez ao não assinalar um fora de jogo contra o Braga, numa jogada que podia ter dado golo para os bracarenses. Álvaro Mesquita esteve bem.
Constituição das equipas:
Benfica – Júlio César; Nélson Semedo, Lisandro, Lindelof e Grimaldo; Sálvio (Carrillo, 66’), Fejsa (André Almeida, 89’), André Horta e Pizzi; Mitroglou (José Gomes, 81’) e Gonçalo Guedes.
Sporting Braga – Marafona; Baiano, Rosic, André Pinto (Artur Jorge, 71’) e Marcelo Goiano; Pedro Santos (Alan, 80’), Mauro e Vukcevic; Hassan, Ricardo Horta (Coutinho, 66’) e Wilson Eduardo;
Disciplina: Amarelo para Baiano (45+1), Hassan e Marafona (76’) e Wilson Eduardo (90+3’). José Peseiro (76’), técnico do Sporting de Braga, também foi expulso do banco.