Terça-feira 03 de Dezembro de 2024

Obrigado Rio de Janeiro. Até Tóquio’2020!

rio to tokyo

DR RIO2016

Tudo está bem quando acaba bem! Uma frase que, uma vez mais, se pode aplicar à cidade que organizou mais uma edição dos Jogos Olímpicos, independentemente do que foram os meios utilizados, a forma de funcionamento dos vários sectores e dos milhares de voluntários, de todo o mundo, que ajudaram o país irmão a acertar o passo com os melhores neste aspecto, pese embora a crise (geral) porque passa o Brasil.

Não há palavras que descrevam o se viu, com roupagem diferente, na cerimónia de encerramento mas, uma vez mais, os brasileiros voltaram a saudar os “colonialistas portugueses” que descobriram a Terra de Santa Cruz ao projectar imagens (com belas montagens) das rendas de bilro. Só nós é que não agradecemos ao povo brasileiro esta atenção tida, mais de quinhentos anos depois de os portugueses terem descoberto esta nação que fala a língua de Camões.

Foram imagens que devem ser guardadas para que os mais jovens se revejam e ajudem a manter a saga dos Descobrimentos, embora noutro tempo, muito mais à frente, mas sempre com um sentido: conhecer a história de Portugal no país e no mundo.

Isto numa sociedade (portuguesa) que continua a não “acertar” o passo, porquanto ainda se faz o balanço – até fácil, dado que Portugal apenas conquistou uma medalha de bronze – e já há “desvios” mais ou menos “encapotados” a caminho da “negatividade” desta missão, quiçá a preparar o futuro para um novo caminho na gestão do Comité Olímpico de Portugal. Começou já a campanha para as eleições no COP? Quiçá!

 

Rio2016-180pessoas-26-7-16Chefe de Missão declara saldo positivo apesar de esperar mais medalhas

 

José Garcia, lembrou, num rápido balanço, que “houve 10 resultados entre os seis primeiros, o dobro de Londres”, apesar de também ter reconhecido que “esperava mais medalhas”.

“O balanço é positivo. Temos a melhor prestação de sempre em termos de resultados nos seis primeiros. Dez atletas conseguiram, nas competições em que participaram, estar ao mais alto nível”, adiantou José Garcia, tendo acrescentado que “Conquistámos uma medalha pela Telma Monteiro, uma medalha merecida, não só porque ela tem um currículo desportivo extremamente rico, mas porque comprovou o seu nível”.

Por outro lado, salientou que “em 58 competições a missão logrou outros resultados de relevância, com destaque para os dez entre os seis primeiros, dobrando os cinco de Londres 2012″.

José Garcia recordou também “as 19 classificações no top 10 e mais 13 até aos 16 primeiros e que dos 91 atletas, 29 regressam a casa com diploma e 38 saem no ‘top ten’ e 50 na posição de semifinalistas”.

“Isto é alto rendimento e queremos sempre mais. Essa é a nossa postura e a dos atletas, mas temos de valorizar o que conquistámos. Nós melhorámos em relação ao passado, estes resultados nunca foram atingidos”, referiu também José Garcia.

Quanto a medalhas, José Garcia lembrou que “Portugal só conseguiu duas medalhas por cinco vezes e três em duas ocasiões” e que “devíamos ter ganho duas medalhas (de acordo com as contas de que 25% dos apoiados deviam chegar ao pódio) e tudo fizemos para que isso acontecesse. Temos de assumir que esse número não foi atingido, mas tudo fizemos – os atletas em particular – para conseguirmos honrar esse compromisso”.

“Portugal não reúne as melhores condições para os atletas, comparados com outros países, mas aquilo que se faz, faz-se bem e há alguns resultados de excelência e estou muito orgulhoso destes atletas”, garantiu e avançando que “tenho sempre esperança no futuro, senão não andava cá. A verdade é que melhorámos em relação a Londres 2012, na minha perspectiva. Estivemos tão perto de uma segunda medalha, com um quarto lugar, com uma série de quintos lugares e de sextos.”

Garcia ainda referiu que “sou chefe de missão neste momento. Espero que os nossos atletas tenham o que merecem, porque são excepcionais e porque mais de 65 por cento conseguem combinar a sua carreira desportiva de excelência com carreiras académicas de excelência. Isto deve ser usado como exemplo para todos nós, temos de estar orgulhosos”, dando como exemplo o caso de Rui Bragança, “um jovem de 24 anos que está no sexto ano de medicina e era o sexto do ‘ranking’ olímpico”.

Mas, segundo o Chefe da Missão portuguesa, nem tudo tem a ver com resultados.

“Temos uma equipa fabulosa e fiquei extremamente orgulhoso de liderar uma missão como esta. Estamos imbuídos num espírito de união, de amizade e de honra. Todos nós estamos extremamente orgulhosos de representar Portugal. Estamos aqui genuinamente portugueses e aquela bandeira quando sobe faz-nos tremer efectivamente. Quando o hino toca, emociona-nos, mas empurra-nos para a frente, para fazermos melhor”, concluiu.

“Vale a pena não desistirmos dos nossos sonhos, vale a pena lutarmos!” – disse Telma Monteiro, a nossa medalha de bronze, que complementou com outra de alto significado: “Não interessa a idade, não interessa o tempo que temos de esperar, o mais importante é não desistir!” É assim que devemos pensar e actuar.

 

Últimos representantes lusos em fim de festa neste domingo

 

Como se esperava – mas não tanto – Rui Pedro Silva e Ricardo Ribas confirmaram que não estavam em condições de participar numa maratona como a que encontraram no Rio de Janeiro para atingir lugares cimeiros, valendo o esforço feito para conseguirem terminar mas ambos acima do centésimo chegado.

Depois de ter seguido sempre à frente de Rui Pedro Silva, Ricardo Ribas foi caindo para se fixar no 134º posto, com 2.38.29, enquanto o seu companheiro passou para a frente e ocupar o 123º lugar, com 2.30.52.

O queniano Eliud Kipchoge conquistou o título de campeão olímpico com o tempo de 2.08.44, na prova que decorreu sob chuva.

O etíope Feyisa Lilesa ganhou a medalha de prata (2:09.54) e o norte-americano Galen Rupp conseguiu o bronze (2:10.05).

Na prova de ciclismo, categoria de Cross Country Olímpico, os portugueses David Rosa e Tiago Ferreira não tiveram a sorte pelo seu lado e foram forçados a desistir.

 

rio2016_medalhasMedalheiro – Estados Unidos, G. Bretanha e China conquistaram o pódio

 

Com um total de 121 medalhas, os Estados Unidos da América dominaram por completo os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, mantendo uma supremacia nata sobre todo o mundo, até porque a Grã-Bretanha, que foi segundo, somou apenas 67 e a China chegou a um terceiro lugar justificado até com mais medalhas (70) do que os britânicos, ficando com mais uma medalha de ouro.

É de bom-tom dizer-se que a Rússia, com uma comitiva muito mais reduzida do que a esperada face aos problemas de doping, ficou sem possibilidades de competir de igual para igual, se bem que tenha obtido um quarto lugar.

Quanto a Portugal, posicionou-se entre os últimos nove países, todos na 78ª posição, entre os quais a Nigéria (74 atletas), Áustria (72), Finlândia (55) e Marrocos (51).

A classificação do top ten foi a seguinte:

1.Estados Unidos, 121 medalhas, sendo 46 de ouro, 37 de prata e 38 de bronze; 2. Grã-Bretanha, 67 (27-23-17); 3. China, 70 (26-18-26); Rússia, 56 (19-18-19); 5. Alemanha, 42 (17-10-15); 6. Japão, 41 (12-8-21), 7. França, 42 (10-18-14), 8. Coreia do Sul, 21 (9-3-9); 9. Itália, 28 (8-12-8); 10º Austrália, 29 (8-11-10).

 

Outras notícias

- O Brasil, ao vencer a Itália por 3-0 (25-22, 28-26 e 26-24), conquistou a medalha de ouro no torneio olímpico de voleibol do Rio2016 ao vencer a Itália, por 3-0 (25-22, 28-26 e 26-24), na final disputada no Maracanãzinho.

No jogo para a atribuição do terceiro lugar, os Estados Unidos superaram a Rússia por um renhido 3-2 (23-25, 21-25, 25-19, 25-19 e 15-13).

Foi o terceiro título da formação brasileira, depois de 1992 e 2004, se bem que foram

Vice-campeões em Londres2012 e Pequim2008.

 

- No Basquetebol (masculino) os Estados Unidos conquistaram o terceiro título olímpico consecutivo ao derrotarem a Sérvia, por 96-86.

Os norte-americanos alcançaram o seu 15.º título em 19 torneios olímpicos (não estiveram na edição de 1980), sendo de salientar a prata para os sérvios, a primeira medalha enquanto nação independente, depois da vitória precisamente nos Jogos de Moscovo.

A medalha de bronze foi para a Espanha, vice-campeã em Londres2012, que bateu a Austrália, por 89-88.

 

- No Andebol (masculino) a Dinamarca chamou a si o título olímpico depois de vencer a congénere da França – vencedora em 2008 e 2012 e actual campeã mundial – impondo um 28-26 na final, depois de uma partida disputada golo a golo.

De salientar a extraordinária estreia dos nórdicos em finais olímpicas, que venciam ao intervalo, por 16-14.

A Alemanha ficou com o bronze ao impor-se à Polónia por 31-25.

 

- “Assumo toda a responsabilidade”, disse Ryan Lochte, de 32 anos, nadador norte-americano e vencedor de 12 medalhas olímpicas, referindo-se ao episódio, onde foi um dos intervenientes, com mais três outros nadadores do seu país.

Tendo regressado a casa mais cedo em relação à intervenção da polícia, foram os seus colegas (Conger e Bentz) impedidos de sair do Rio de Janeiro quando se preparavam para fazer a viagem para casa, tendo sido detidos no aeroporto.

Tendo sido suspenso pelo Comité Olímpico dos EUA, o atleta veio agora pedir desculpas.

“Deixei a minha equipa para trás. Eu queria estar lá, não queria que pensassem que me fui embora, porque são meus companheiros”, lamentou agora Lochte.

 

- A polícia brasileira fez hoje buscas às instalações do Comité Olímpico Irlandês (OCI) no Rio de Janeiro, no último dia dos Jogos Rio2016, e apreendeu telemóveis, computadores portáteis e passaportes.

 

A informação foi dada pelo próprio Comité, acrescentando que “nenhuma detenção foi feita”, mas que a polícia apreendeu “passaportes, bem como telemóveis e portáteis” de vários membros do OCI (sigla em inglês).

Em causa está uma investigação a uma rede de venda ilegal de bilhetes no Rio2016 e que levou à detenção de Patrick Hickey, presidente do Comité Olímpico Irlandês e membro do COI, que há três dias se encontra numa prisão do Rio de Janeiro.

Hickey, de 71 anos, foi detido na quarta-feira no hotel onde se encontrava e sentiu-se mal, razão pela qual foi conduzido ao hospital, no qual se manteve, já depois da juíza encarregada do caso ter decretado a prisão preventiva.

O dirigente, que que é também presidente da Associação dos Comités Olímpicos Europeus, renunciou temporariamente a todos os cargos no movimento olímpico, incluindo o do COI e da presidência do Comité Irlandês.

A polícia apreendeu ainda cerca de um milhar de bilhetes.

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