Os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro 2016 estão a poucos dias de distância e, como é já tradição e de forma a marcar o arranque oficial da Missão Olímpica portuguesa, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, recebeu a comitiva lusa no Palácio de Belém e desejou aos atletas as maiores felicidades na competição que se avizinha.
O Presidente da República sublinhou o espírito de solidariedade e fraternidade que caracteriza a competição olímpica, frisando que se trata de um evento que “ultrapassa os egoísmos nacionais”, e apelou a que os atletas portuguesas aproveitam a oportunidade singular de poder competir ao mais alto nível num país com ligações tão fortes com Portugal como é o Brasil. Além disso, pediu dedicação e ambição na representação das cores nacionais.
“Convosco para o Brasil vai uma parte da alma portuguesa. Eu próprio estarei no Rio de Janeiro para vos acompanhar por um período, mas, mesmo depois disso, estaremos todos a vibrar pelo vosso sucesso. A única coisa que vos peço é que quando entrarem em prova pensem não só nos que estão perto, na família, amigos e admiradores, mas também nos milhões que vos apoiam em todo o mundo.”
No mesmo sentido, o primeiro-ministro António Costa recordou que vivemos um período auspicioso do desporto português depois dos êxitos recentes, desejando que tal se propague à missão olímpica que vai representar Portugal nos Jogos do Rio de Janeiro.
“Os Jogos são o maior evento desportivo mundial e certamente um desafio de superação pessoal. No entanto, tratam-se também de representar um país e desejo que todos possamos ter a alegria de ver subir o mastro olímpico com a nossa bandeira e ouvir o nosso hino. Por isso”, finalizou, “ficamos a torcer por um grande resultado nestes Jogos Olímpicos”.
Antes da intervenção das duas maiores figuras do Estado português, coube ao presidente do COP dirigir algumas palavras ao Presidente da República, onde exaltou os recentes feitos dos atletas lusos.
José Manuel Constantino assumiu que toda a comitiva se sente inspirada por esses sucessos de forma a ultrapassar “os condicionalismos de um país periférico” e “superar as grandes potências desportivas”, destacando ainda que esta equipa olímpica, composta por 93 atletas e que representará o país em 16 modalidades desportivas, tem mais de dois terços dos seus atletas com formação superior concluída ou em vias disso, o que considerou “um excelente exemplo para o País, sobretudo para os mais jovens, que querem seguir uma carreira desportiva”.
A terminar, José Manuel Constantino garantiu que fazer parte da Equipa Olímpica de Portugal e representar o país é uma enorme distinção, que permite “transportar os sonhos e as ambições de milhões de portugueses”.
“Acreditamos que se conseguiram estar entre os melhores têm agora todas as condições para expressar as melhores capacidades neste momento único que são os Jogos. E se isso ocorrer, como todos desejamos, o país saberá reconhecer a relevância dos serviços que lhe foram prestados”, concluiu.
A esta receção seguiu-se a apresentação oficial da Equipa Olímpica, num evento realizado no Centro Cultural de Belém, onde os atletas receberam o kit Orgulho Portugal Olímpico e foi dado a conhecer o hino português para esta missão, “Juntos Somos Mais Fortes”, da autoria dos Amor Eletro.
A vocalista da banda, Marisa Liz, admite que é um enorme orgulho ser a voz desta Missão Olímpica.
“É uma grande honra e orgulho e fazer parte desta missão com a nossa música e contribuir para esta conquista de Portugal. Estamos com todos os atletas e, embora não possamos estar presentes fisicamente, esperamos que a nossa energia se transmita e permita ganhar muitas medalhas.”
Segurança e Saúde marcaram a ação de formação no COP
Ainda antes da visita ao Palácio de Belém, parte da comitiva lusa que vai estar no Rio 2016 esteve presente no COP para uma formação sobre o cenário que vão encontrar nestes Jogos.
O Chefe de Missão, José Garcia, deixou aos presentes algumas dicas úteis para os dias que vão passar na cidade brasileira e coube ao subcomissário da PSP, Rui Cruz, alertar para as questões de segurança, recomendando que não haja qualquer tipo de resistência em situações de assalto e que os atletas, aquando dos períodos de lazer, não passeiem pela cidade com objetos de valor que possam dar origem a situações de furto.
Também presente na sessão, o Diretor Geral da Saúde, Francisco George, centrou a sua intervenção em dois pontos fundamentais: o vírus da SIDA e o vírus Zika. Se em relação ao primeiro explicou que se trata de um vírus fácil de “contornar”, pois depende do ser humano adotar as medidas protetoras conhecidas, em relação ao Zika admitiu existir maior preocupação. Pediu cautela aos atletas relativamente a comportamentos de risco, aconselhou o uso de medidas preventivas e, quando regressarem a Portugal, fazerem o despiste para saberem se foram infetados.