O dia 2 deste mês de Julho é considerado o Dia Mundial do Jornalista do Desporto, data que marca a criação da Associação Internacional dos Jornalistas de Desporto (AIPS), em vésperas dos Jogos Olímpicos de Verão, em Paris, no ano de 1924.
Como quando nasce um ser humano, se cria uma instituição, é sabido que muito haverá que fazer para que o bebé se torne homem (e bom) e que a organização atinja patamares elevados de qualidade que possa servir de exemplo a outras vindouras, além de, como é de esperar, as funções que desempenhe na sociedade sejam de vulto dentro dos vários quadrantes que formam uma sociedade.
Ao longo percurso, que se pretende longínquo, sempre acontecem factos e situações que levam a clivagens, desentendimentos, falta de diálogo, como tudo na vida de um ser humano racional.
A propósito deste “World Sports Day Press”, Gianni Merlo, presidente da AIPS e jornalista da Gazzetta dello Sport (Itália), teve oportunidade de divulgar uma mensagem em que começa por afirmar que “celebramos este dia quando o desporto passa por uma terrível tempestade” e que “o ano olímpico não trouxe tranquilidade, mas antes escândalos inquietantes, como dopagem e corrupção de todos os tipos que surgem quase diariamente.”
Adianta ainda que “estamos a descobrir que, no passado, altos executivos, técnicos, gestores, médicos, atletas e outros conseguiram mascarar suas acções ilegais muito bem, mantendo a sua imagem pública limpa, permitindo a desonestidade de “poluir” o mundo do desporto ainda mais profundamente, contrariando os exemplos a seguir para aqueles que sempre quiseram para alcançar o sucesso.”
Refere ainda que a “Rússia está agora sob fogo, mas isso poderá ser apenas o primeiro capítulo de um livro negro do desporto, que vai acabar envolvendo muitos outros.”
E alerta que “como jornalistas desportivos, temos o dever de trabalhar para contribuir para a busca permanente da verdade, porquanto não se deve esquecer o quão importante é nossa busca cuidadosa para apresentar provas e indícios de negligência”, acrescentando que “não se deve ter qualquer escrúpulo, porque a conduta criminosa dos principais jogadores no desporto pode ser letal para a nossa profissão”, pelo que “devemos defender a nossa integridade e liberdade de expressão para ajudar o mundo do desporto a sair desta crise moral e material que, no momento, parece que nunca termina.”
Registam-se as posições sábias de um jornalista sénior, experiente, num jornal de renome mundial e na associação de classe pela qual muito tem feito e produzido um trabalho de qualidade, a ponto de a AIPS ser parceiro de grande parte das federações internacionais e associações continentais de várias modalidades.