Europeu’2016 – Polónia, 1 – Portugal, 1 (3-5 G. Penalidades)
Mesmo sem ganhar nenhum jogo dentro do período regulamentar (90 minutos) – tal como aconteceu também com a Polónia até ao jogo desta quinta-feira – Portugal entrou nas meias-finais com a fé inabalável de Fernando Santos de que só quer regressar a Portugal no dia 11 de Julho, depois da final do europeu’2016.
Conseguindo “empurrar” os seus pupilos para a frente, em quaisquer circunstâncias, mais de forma psicológica que técnica e fisicamente, a verdade é que a “serpente” deste Polónia-Portugal foi assegurada por dois rapazes que continuam a marcar pontos.
Renato Sanches, pela segunda vez qualificado como o melhor jogador em campo – no que foi a estreia na equipa nacional a jogar os 120 minutos, tendo batido o recorde de Ronaldo em ser o jogador mais novo numa fase final num europeu sénior – e Rui Patrício, ao defender magistralmente uma grande penalidade, foram as estrelas mais candentes da formação que, em termos de posse de bola (54 / 46% para a Polónia) voltou a demonstrar que ainda está longe do que vale, aliás num jogo em que a Polónia também não fugiu muito ao padrão português.
A situação mais grave foi a desconcentração inicial, que originou o primeiro golo do desafio e para os polacos (ao minuto e meio de jogo), quando Cédric, muito adiantado em relação à posição do médio esquerdo polaco, não conseguiu chegar à bola que, com mais dois passos, é passada rasteiramente para o miolo da pequena área de Patrício, que não teve elasticidade suficiente para parar o forte remate de Lewandowski.
Um golo a frio que podia ter modificado o resto do jogo.
Em desvantagem, a formação lusa como que andou cerca de vinte minutos à procura dos “caracóis” para alimentar o espirito de aspirante a campeão, só cerca da meia hora é que começou a mexer-se melhor, tendo Ronaldo (28’) rematado mas fraco e à figura do guardião polaco.
Logo a seguir, Ronaldo é barrado, pelas costas, cai na grande área polaca mas o árbitro fez vista grossa a esta grande penalidade, com a “vingança” a surgir logo de seguida (33’), quando numa esplêndida triangulação entre Nani e Renato Sanches, a bola acaba nos pés do jovem benfiquista que, passando um adversário e rodando o corpo de frente para a baliza polaca, alça do pé esquerdo e, aproveitando ainda um pequeno (e oportuno) desvio da bola ao bater num defesa, remata forte e com competência máxima para o empate.
Depois deste “frisson”, o jogo voltou a entrar numa fase de bola para lá e para cá, qual “ping pong”, sem que se vissem jogadas de perigo para ambos os lados.
O que valeu para a segunda parte do jogo, onde a posse de bola foi maior para os polacos, não houve nada de extraordinário, pese embora uma ou outra jogada em que se registaram alguns “calafrios”, mas de pouca monta.
O “frisson” maior foi o da marcação das grandes penalidades, em especial porque se trata de um conjunto de “actos” que mexem muito mais com a mente do que tudo o resto.
Desta vez, foi notória uma melhoria na marcação, porquanto, pela forma de executar, fizeram-no quase com a plena certeza de que iam todos marcar o golo. Como tudo, também paz parte do “menú” um pouco de felicidade. Que Ronaldo, Renato Sanches, João Moutinho, Nani e Quaresma souberam encontrar e “arrastar” a selecção para as meias-finais, onde Portugal já esteve por quatro vezes: com a França (1984), perdendo por 3-2; com a França outra vez (2000), perdendo então por 2-1 e com a Espanha (2012), derrota por 1-0.
A principal foi em 2004, em que Portugal venceu a Holanda (2-1) para perder a final com a Grécia em pleno Estádio da Luz. Na melhor campanha europeia, foi como que um balde de água fria. Águas passadas não movem moinhos e Fernando Santos quer marcar o final de uma geração de uma forma de epopeia. Será? Para já, todos os índices têm sido cumpridos à risca. Espera-se que até ao dia 10 de Julho os restantes também se cumpram, com Portugal a ficar a saber, esta sexta-feira, quem será o adversário: se Bélgica ou o País de Gales! E não admirava nada se fossem os galeses, uma formação que se estreou em fases finais do europeu.
A Bem da Nação!
A equipa alemã encabeçada por Felix Brych, que dirigiu Portugal pela primeira vez, teve uma falha grave que foi a não marcação de uma grande penalidade a favor de Portugal (30’) quando Ronaldo foi empurrado pelas costas, o que podia ter “estragado” o jogo caso não surgisse o empate três minutos depois, estando bem melhor os assistentes Mark Borsche e Stefan Lupp.
Constituição das equipas:
Portugal – Rui Patrício; Cédric, Pepe, José Fonte e Eliseu; William Carvalho (Danilo, 96’); João Mário (Quaresma, 80’), Adrien (Moutinho, 74’) e Renato Sanches; Nani e Ronaldo.
Polónia – Fabianski; Piszzelr, Glik, Pazdan e Jedrzejczyk; Blaszczykowski, Maczynski (Jodlowiek, 98’), Krychowiak e Grosicki (Kapustka, 82’); Lewandowski e Milik.
Disciplina: Amarelo para Jedrzejczyk (42’), Glick (66’), Adrien (72’), Kapustka (89’) e Wiiliam (90+2’)