Após o meio desaire (para não dizer outra coisa) frente à Islândia e das “transformações” verificadas na partida deste sábado, frente à Áustria, a verdade é que a formação de Portugal – ainda que com todas as hipóteses de apuramento para os oitavos de final – continua a não entender o que quis dizer Fernando Santos antes do jogo inicial.
“Como se fosse o último europeu!” (ou das vossas vidas e das de Portugal), foi o que o técnico nacional afirmou publicamente, querendo dizer, por outras palavras, que “é agora ou nunca!”
Só que deve ter entrado a cem e saído a duzentos à hora, que não ficou nada lá dentro
Parece não restar dúvidas que, por um ou outro modo que se nos escapa, Fernando Santos, faça jogar quem quiser, a bola não entra na baliza do adversário. O nulo (empate) frente aos austríacos voltou a demonstrar que, afinal, com o melhor jogador do mundo, remata muito mas não marca, é superior em todos os capítulos (mais duas bolas no poste) e também não marca e, para a “desgraça” ser completa, até o melhor jogador do mundo não transformou uma grande penalidade (bem assinalada pelo árbitro do jogo, o italiano Nikola Rissoli).
A final, o que é que se pode questionar? Azar, falta de sorte, falta de rigor no cumprimento das tácticas, exibicionismo, egoísmo, sabe-se lá o que mais?
Não adianta dar palpites – que até podiam ser atribuídos, porque alguém deve andar a montar o “cavalo” errado – porque ainda falta um jogo que vai decidir tudo: ou segue em frente ou volta a casa.
Jogando com a Hungria na última ronda (4ª feira próxima), Portugal só se pode apurar directamente se vencer. O empate só serve aos húngaros, que ficarão automaticamente apurados.
O resultado do Islândia (afinal uma equipa sensação, a par de Gales e Irlanda do Norte) frente à Áustria serve como um “pau de dois bicos”, que poderá confirmar os islandeses nos oitavos de final, mandando os austríacos de regresso a casa. Mas ainda falta saber quem será o terceiro e se, no confronto com os outros cinco terceiros lugares, chegará a um dos melhores terceiros.
Fiquemo-nos pela ideia de que Portugal dos melhores jogadores do mundo, muitos deles a jogar em equipas estrangeiras de nomeada, consegue rematar muito mais na direcção da baliza, mas as bolas não entram. Logo, não há mais pontos. E apuramento? Logo se verá.
Pelo meio fica a “grande” vitória de Cristiano Reinaldo ter passado a liderar o grupo dos jogadores lusos com mais jogos na selecção (128, contra 127 de Figo), o que não serviu de tónico frente à Áustria.
No grupo F (de Portugal), a Hungria soma 4 pontos, seguido da Islândia e de Portugal (2) e Áustria, com 1 ponto.
Concluída a segunda ronda da fase de grupos, a França lidera o grupo A (6 pontos e está apurada para os oitavos), seguida da Suíça (4), Roménia (1) e Albânia (0). No B, comanda a Inglaterra (4), à frente do País de Gales e Eslováquia (3) e a Rússia (1). No C, a Alemanha e a Polónia seguem na frente (4), com a Irlanda do Norte a seguir (3) e a Ucrânia (0). No D, a Itália também já está apurada para os oitavos (6 pontos), seguindo à frente da Bélgica (3), República da Irlanda e Suécia (1 ponto cada).
A partir deste domingo começam todas as definições com o início da realização dos jogos da terceira e última ronda da fase de grupos.