O número um português só deve a si próprio o afastamento dos quartos-de-final do torneio deste ano, especialmente face à “fita” que fez no primeiro set do terceiro jogo quando, na procura de jogar a bola, “trocou” os pés e caiu, simulando uma grande dor, deitando-se de seguida no recinto e não sendo preciso o massagista que, de pronto, chegou, bem como até Almargo foi ver o que se passava, pensando-se que podia desistir devido a lesão.
Isso obrigou Sousa a parar durante cerca de cinco minutos, terá “bloqueado” fisicamente e, afinal, não foi nada. Aliás se fosse “grave” teria de afastar-se e desistir do jogo de pares, o que não se verificou. Uma questão para ser analisada pelo técnico e demais staff de Sousa, que não demonstrou – nesta situação – o desportivismo e a ética (ao contrário de Almargo, que acorreu rapidamente ao local onde estava estendido) que deveria ter tido.
No jogo, Almargo começou de princípio a demonstrar que não seria “pera doce” ao servir com a bola a rolar a 217 km/hora – fê-lo por várias vezes, numa delas, no 6º set do terceiro jogo, ao fazer quatro ases todos acima dos 200 km/hora – aproveitando ainda outros erros de Sousa, como o espanhol também teve, mas em menor quantidade.
Aliás, foi Sousa que começou bem melhor, vencendo o primeiro jogo por um 6-4 equilibrado.
No segundo jogo, Almargo depressa chegou ao 5-1 e terminou aos 6-1, uma vantagem que demonstra o melhor momento do espanhol ante um Sousa a começar a “cair” no fosso, por desgaste físico e psicológico.
Como se referiu, no primeiro set do terceiro jogo surge a “queda” e, a partir daí, e também por acção de Almargo – que “massacrou” pela esquerda e ganhou quase sempre – a aproveitar a quebra anímica (em especial) de Sousa e voltou a fazer uma sequência de ases (40-0), no sexto set do jogo derradeiro.
Calmo e com sabedoria Almargo venceu o último jogo por 6-2. Almargo está nos quartos-de-final e esta sexta-feira defronta o argentino Leonardo Meyer.
Foi pena João Sousa não seguir em frente mas são as regras do jogo: nem todos podem vencer!
E a “penalização” última acabou por ser o também afastamento dos pares, portugueses que entraram a ganhar – tal como Sousa no singular – mas não foram capazes de resistir à dupla formada pelos polacos Lukasz Kubot e Marcin Matkowski, que concluíram com um triunfo de 2-1 (6-3, 3-6 e 10-7) demonstrativo da superioridade dos de fora.
Pode justificar-se o cansaço de João Sousa – que tinha jogado duas horas antes – mas não for aí que os lusos perderam. E o torneio ficou sem representantes portugueses.
Resultados desta quinta-feira:
Singulares
TARO DANIEL (JPN) – PABLO CARRENO BUSTA (ESP), 4-6 e 5-7
NICOLAS ALMAGRO (ESP) – JOÃO SOUSA (POR), 4-6, 6-1 e 6-2
GILLES SIMON (FRA) – PAUL-HENRI MATHIEU (FRA), 3-6, 6-2 e 6-1
LEONARDO MAYER (ARG) – PAOLO LORENZI (ITA), 7-6 e 6-4
Pares
J. ERLICH / C. FLEMING (ISR-GBR) – B. CORIC / F. SKUGOR (CRO), 4-6 e 4-6
K. EDMUND / F. SILVA (GBR-POR) – T. HUEY / M. MIRNYI (PHI – BLR), 4-6 e 4-6
L. KUBOT / M. MATKOWSKI (POL) – J. SOUSA / G. ELIAS (POR), 3-6, 6-3 e 10-7
P. C. BUSTA / I. CERVANTES (ESP) – E. BUTORAC / S. LIPSKY (USA), 3-6 e 1-6
Jogos para esta sexta-feira:
13H00
BENOIT PAIRE (FRA) – GUILLERMO GARCIA-LOPEZ (ESP)
15H00
GILLES SIMON (FRA) – PABLO CARRENO BUSTA (ESP)
18H00
LEONARDO MAYER (ARG) – NICOLAS ALMAGRO (ESP)
SEGUIDO DE
BORNA CORIC (CRO) – NICK KYRGIOS (AUS)