Apesar de desfalcado de três pedras basilares, era possível ao Benfica estar nas meias-finais, não fosse uma certa apatia nos primeiros vinte minutos em que o Bayern “congelou” a bola e o Benfica não teve nem arte nem manhã para a ir roubar.Nos primeiros dez minutos, o Benfica não “carregou” como se esperava – porque tinha que recuperar um golo de desvantagem – apesar de Eliseu, ao minuto três, ter tido a oportunidade de marcar um livre mas enviou a bola para a barreira e beneficiou de um canto de que nada resultou.
De troca de bola entre a defesa, meio campo e meio camp do Benfica, o Bayern passou a ser mais agressivo a partir dos dez minutos através de “motor” chamado Douglas Costa e a encostar a defesa benfiquista à baliza embora com pouco perigo, com a bola a correr todo o campo, de um lado ao outro, sem que os comandados de Rui Vitória atinassem com o ritmo.
Criando espaços, Muller esteve à beira de marcar quando (19’), no seguimento de centro rasteiro de Lham atirou ao lado, situação verificada logo a seguir (22’) com Thiago a centrar para a área a solicitar a cabeça de Vidal, que enviou à figura de Ederson.
Num jogo mais vivo, o Benfica também tentava a sua sorte e conseguiu abrir o activo (27’), por Raul Jimenez, que seguiu ao encontro da viagem da bola centrada por Eliseu, onde a encontrou entre os centrais alemães (Javi Martinez Kimmich) e cabeceou para a baliza deserta, dado que Neuer saiu cedo de mais da baliza e não podia fazer nada.
Um golo a castigar uma certa inépcia da equipa alemã na frente de ataque, face às oportunidades criadas e até em conta corrente, porque o Benfica fez a única jogada possível para golo e saiu a sorte grande.
Esta situação criou alguns “tremores” na equipa alemã atendendo a que, três minutos depois, Raul Jimenez teve o segundo golo nos pés – face a uma falha de intervenção, por duas vezes, na grande área – mas que não aproveitou.
O Bayern continou a “carregar”, com Lahm (33’) a ser obrigado a se lançar aos pés de Lahm para lhe roubar a bola, o que fez com êxito, o que levou os alemães a cerrar barreiras e caminhar, a sério, para o golo.
Empate (1-1) que aconteceu alguns minutos depois (aos 37’) com Arturo Vidal, do meio da rua, a recargar uma bola proveniente do alívio da defesa encarnada, colocando “dinamite” e pontaria certa na bola que se foi anichar, com muita força, na rede de um Ederson que nada podia fazer. O resultado passou a estar mais justo no deve e haver do tempo jogado até aí e o intervalo chegou pouco depois.
No segundo tempo, o jogo começou, praticamente, com o segundo golo dos alemães, obtido (51’) por Muller, depois de um passe, lá nas alturas, de cabeça para o centro da área, onde o alemão não se fez rogado e colocou o Bayern de novo na frente.
A partir daqui, o jogo tornou-se mais vivo porque o Benfica entendeu tentar tomar o comando das rédeas do jogo, o que não conseguiu logo já que Ederson foi obrigado a “roubar” a bola, dentro das regras, a Douglas Costa, quando este se preparava para marcar.
Ribey (55º) rematou forte mas por cima barra e Douglas Costa (60’), sempre endiabrado, rematou ao forte.
Na resposta (61’) André Almeida rematou de longe, forte, para Neuer fazer uma excelente defesa e desviar para canto e (63”) foi a vez de Gonçalo Guedes, que tinha entrado minutos antes, marcar um livre por cima da barra.
Foi ainda o Bayern que criou perigo (67’), quando Alaba introduziu a bola na baliza de Ederson mas porque estava em fora de jogo, foi o lance anulado com a marcação do respectivo livre.
Arturo Vidal (71’) voltou a criar perigo e rematou com força levando Ederson a a ter um deslize, com a bola a entrar na baliza porque, caprichosamente, ao bater nele próprio, se dirigiu para a linha final.
Aos 73’, Carcela é rasteirado à entrada da área (Rui Vitória pediu grande penalidade ao árbitro, em termos que terão sido menos próprios e foi expulso) e o correspondente livre é cobrado por um Talisca (tinha entrado aos 67’) com um pontapé forte, em arco, e a bola entra por uma “nesga” aberta, repondo o empate a dois golos (76’).
Mais alguns minutos de “descanso activo” dentro do campo, coube a vez a Lewandwoski (89’) a chegar-se perto de Ederson mas a como que a passar-lhe a bola para as mãos, com resposta dada (90+3’) por Talisca, de novo, rematar forte mas para as mãos de Neuer.
E o final do jogo chegou com o empate a duas bolas, que se aceita – o Bayern foi sempre mais perigoso e teve mais oportunidades de marcar – se bem que o Benfica talvez pudesse ter feito algo mais (em especial nos primeiros vinte minutos) que, quiçá, podia ter aberto no caminho para estar nas meias-finais, com o que também se concordaria.
Falar das ausências de Jonas (castigado), Mitroglou e Gaitán não tem cabimento, ante as que também se verificaram no Bayern (Badstuber, Boateng e Arjen Robben).
Mas é o desporto na sua plenitude.
No Benfica, Ederson foi um esteio de grande valor, enquanto Lindelolf, Pizzi, Jardel, André Almeida, Renato Sanches, Jimenez, Eliseu, Fejsa e Talisca também estiveram muito bem.
Nos alemães o guardião Neuer salientou-se, bem como Ribery, Javi Martinez, Douglas Costa, Lahm, Arturo Vidal, Muller e Alaba.
A equipa de arbitragem, proveniente da Holanda, chefiada por Bjorn Kuipers (Sander Van Roekel e Erwin Zeinstra como assistentes) esteve à altura do jogo, com nota positiva, porquanto sem erros de palmatória e atentos ao desenrolar de todos os lances, pese embora o amarelo mostrado a Javi Martinez pudesse ter sido vermelho.
Constituição das equipas:
Benfica – Ederson; André Almeida, Lindelof, Jardel e Eliseu; Fejsa e Renato Sanches; Salvio, Pizzi e Carcela; Raul Jimenez.
Bayern Munique – Neuer; Lahm, Kimmich, Javi Martinez e Alaba; Vidal, Xabi Alonso e Thiago Alcântara; Douglas Costa, Mullker e Ribery.
Disciplina: Amarelo para Carcela (70’), Javi Martinez (73’) e André Almeida (90+2’),
Artur Madeira