Sexta-feira 22 de Novembro de 2024

Panathlon Clube de Lisboa – Inclusão social pelo desporto em debate

Panathlon-Foto-SaloméSalomé Marivoet, socióloga das mais prestigiadas em Portugal e no estrangeiro – face aos trabalhos que tem desenvolvido do ponto de vista da sociologia no desporto, sob várias vertentes – abordou a questão da “inclusão social pelo desporto: porquê e para quê!” no encontro que o Panathlon Clube de Lisboa promoveu, esta quinta-feira, no Ginásio Clube Português.

 

Na oportunidade, Salomé Marivoet teve oportunidade de salientar que “a ética do desporto potencia a inclusão social pelo desporto, ao promover a cooperação, a tolerância, o respeito pelo outro, a lealdade, a amizade; valores associados ao princípio de fair play. Também, o princípio da igualdade de oportunidades na competição e o direito ao desporto (desporto para todos), reforça a inclusão social no deporto”.

Num tema sobre o qual, como a autora salientou, se fala pouco em Portugal, referiu que “ainda assim, a par das Boas Práticas de Inclusão Social pelo Desporto nos países da União Europeia, o estudo da iniciativa da Agência Europeia para os Direitos Fundamentais (FRA) publicado em Outubro de 2010, revelou que também no desporto se expressam intolerâncias e exclusões.”

Mais precisa, a socióloga salientou que “o desporto não se encontra à margem das sociedades, e desse modo, a discriminação que aí se expressa, tenderá a ser tanto maior quanto as desigualdades sociais e os preconceitos étnicos, religiosos, de género, de deficiência e de orientação sexual”.

Entrelinhando com algumas referências específicas a situações que tem analisado ao longo da vida que ligada ao desporto, Salomé Marivoet, acrescentou que “parte-se da contextualização do problema nas políticas desportivas europeias, em particular a ênfase colocada na dimensão social do desporto”, adiantando que “tendo por objectivo aprofundar a abordagem sociológica da inclusão social através do desporto, utilizam-se os conceitos de capital social e capital corporal de Bourdieu, enquanto recursos capazes de produzir empowerment. Adoptamos, também, as noções de afiliação e cidadania, esta última por oposição ao conceito de desfiliação de Robert Castel no estudo da exclusão social, associado ao afastamento da esfera produtiva, isolamento social e perda de cidadania”.

Um tema cada vez mais actual na sociedade portuguesa – e não só pelo que Panathlon-Salomé-Salase vai sabendo pelas notícias que chegam de todo o mundo propósito dos males sociais – que necessita de não só um estudo aprofundado mas, no essencial, de acções concretas para diminuir o mal estar que a crise social provoca, sendo a área do desporto a quer mais aproxima as populações e em todo o mundo.

Por isso – como referiu Salomé Marivoet – “por fim, divulgou algumas conclusões de estudos de caso de investigação-acção dirigidos à orientação da actividade desportiva em públicos jovens, tendo em vista explorar as potencialidades do desporto como ferramenta de inclusão social, em particular ao nível de como fazer, como promover inclusão (incluindo a criação de ‘palcos de proximidade’), e incrementar competências.

Um tema que grande impacte social, que o desporto pode ajudar a ampliar e alargar no apoio à eliminação progressiva destas maleitas, que mereceu a atenção atenta da plateia, composta por homens e mulheres que tem feito carreira desportiva a vários níveis, académica ou no dirigismo.

Recorde-se que Salomé Marivoet – actualmente professora na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias tem uma vasta bibliografia neste âmbito da sociologia aplicada ao desporto.

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