E para além dos dois golos, sem dúvida, a redução de pontos para o Sporting, o que dá outro “sabor” ao “derby” do próximo fim-de-semana, tanto mais que o Benfica ficou apenas a um ponto dos leões, com o Porto a quatro e à espreita, por exemplo, de um empate em Alvalade.Um triunfo que não merece contestação tal foi a superioridade de oportunidades empreendidas pelos jogadores do Benfica, que não tiveram a serenidade em alguns momentos para marcar o segundo golo muito mais cedo, se bem que o União também tivesse tido “culpa” nisso, porque nunca parou e também não deixou de criar perigo em contra-ataques venenosos.
O Benfica, que entrou a pressionar como se esperava, acabou por ter visto a sorte chegar ao minuto quatro, quando Jonas inaugurou o marcador, aproveitando um “amorty” proporcionado pelo defesa Soares, que colocou a bola nos pés no melhor marcador da Liga. Com calma, parou a bola e rematou forte sem qualquer hipótese de defesa para o que acabou por ser o melhor jogador em campo, o guardião Gudiño.
A partir daqui, teoricamente mais solto mentalmente, os homens do Benfica começaram a jogar mais a bola a meio campo, tendo o União aproveitado para gizar alguns contra-ataques, com o primeiro (12’) a levar Toni Silva, muito rápido, a ficar isolado na cara de Júlio César, que foi salvo pela chegada de Grimaldo a afastar a bola do local.
Dois minutos depois foi Pizzi que rematou a rasar o poste e seguiu-se (19’) um remate de Mitroglou que obrigou Gudiño a desviar para canto, número 11 que, dois minutos depois, podia ter marcado não fosse Gudiño dar o corpo à bola e desviar a bola.
Logo de seguida (25’) foi a vez de Pizzi, a passe de Gaitán, rematar à figura do guarda-redes do União, numa altura em que o Benfica teve a arte de colocar a bola a rolar e não os jogadores, com passes quase sempre certos e ao primeiro toque,
À meia hora o União subiu no terreno e ganhou o primeiro canto, com Toni Silva (32’) a isolar e a obrigar Júlio César a lançar-se aos seus pés para afastar o perigo, num jogo aberto, que levou Talisca (41’) a lançar um “torpedo”, que é levemente desviado por um defesa e obrigou Gudiño a mais uma grande defesa para canto.
Dois minutos depois foi Gaitán que obrigou o guardião forasteiro a lançar-se aos seus pés para desviar a bola para canto e, de seguida, foi Pizzi a tentar fazer um “chapéu” mas a bola saiu ao lado.
O 1-0 foi pouco para os onze remates feitos pelo Benfica, mas candeia que vai à frente … alumia duas vezes.
No tempo complementar a toda do encontro manteve-se, pese embora um certo abaixamento do ritmo por parte do Benfica, o que lev ou o União a subir mais um pouco no campo das águias, mas sem resultados palpáveis.
Depois de se saber que estiveram 44.485 espectadores (uma excelente casa), o Benfica como que “arrebitou” e começou a abrir caminho para aumentar a vantagem, primeiro com Nelson Semedo (74’) a bater a bola em arco, a roçar a trave e saindo pelo lado contrário; um minuto depois com Mitroglou, à queima-roupa, a rematar à figura de Gudiño, conquistando num canto.
Que esteve na origem do 2-0.
Na “ressaca” feita pela defesa madeirense, a bola foi a Mitroglou que rematou para golo mas Jonas “intrometeu-se” e deu um pequeno toque que fez a bola desviar-se um pouco mais da linha em que o guardião podia chegar à bola.
O União continuou a forçar e Élio Martins (83’) – que tinha entrado dez minutos antes – surgiu isolado frente a Júlio César para apenas rematar e o golo teria surgido, mas optou por dar um passe lateral e Jardel retirou-lhe a bola e perigo deixou de existir.
Nos 90+2’ Gonçalo Guedes ainda tentou um chapéu a Gudiño mas este defendeu para canto e pouco depois Cosme Machado fez terminar o jogo.
Uma excelente partida, com as duas equipas a jogarem rápido, mas falhando na finalização, num triunfo do Benfica que se ajusta perfeitamente, sendo um excelente início para a visita a Alvalade.
No Benfica, realce para Júlio César, Grimaldo, Lindelof, Gaitan, Mitroglou, Pizzi e Jardel, onde Jonas foi o rei, enquanto o melhor jogador em campo foi o guardião dos madeirenses, Gudiño, bem secundado por Toni Silva, Danilo Dias, Amilton, Paulo Monteiro e Soares.
Cosme Machado chefiou uma equipa que não teve problemas de qualquer espécie nem casos que criassem grandes dúvidas para resolver, pelo que – com os assistentes Nuno Manso e Alfredo Braga – fez um trabalho positivo.
Constituição das equipas:
Benfica – Júlio César; Nelson Semedo, Lindelof, Jardel e Grimaldo; Pizzi, Samaris, Talisca (Salvio, 70’) e Gaitan (Gonçalo Guedes, 84’); Jonas e Mitroglou (Raul, 81’).
União Madeira – Gudiño; Paulinho, Tiago Ferreira, Diego Galo e Joãozinho; Shehu, Paulo Monteiro; Amilton, Soares e Danilo Dias (Miguel Cardoso, 63’); Toni Silva (Élio Martins, 73’)
Disciplina: amarelo para Paulo Monteiro (70’) e Lindelof (77’)
Artur Madeira