Com a assinatura, esta terça-feira, de um acordo de colaboração com o Conselho Português para os refugiados, no âmbito de várias actividades, o Comité Olímpico de Portugal demonstrou estar na vanguarda do apoio a quem, quase perdendo a vida, pretendem evoluir num novo país, como o nosso.
O projecto, baptizado com o nome “Viver o Desporto – Avançar o Futuro”, destina-se a integrar o desporto no plano de acolhimento a refugiados em Portugal.
Suportado pelo Comité Olímpico Internacional no âmbito do plano especial de apoio a refugiados, este acordo visa providenciar a oferta de bens e serviços desportivos através de um programa de acção composto por um conjunto de iniciativas que albergam valências como actividade desportiva regular em centros de acolhimento; encaminhamento e facilitação do enquadramento no âmbito do sistema desportivo federado de indivíduos identificados com especial apetência desportiva; promoção e sensibilização para os valores do desporto e do olimpismo com a participação de atletas olímpicos e embaixadores do desporto português; oferta de bens e equipamentos desportivos; facilitação de formação profissional para monitores de actividades desportivas; organização de actividades desportivas envolvendo a participação de crianças e jovens refugiados com as crianças e jovens das comunidades locais de acolhimento, em parceria com autarquias e associações desportivas locais, bem como a participação em outras actividades do COP; oferta de inscrição em actividades e serviços desportivos que não se encontrem integrados em centros de acolhimento.
No entanto, não sendo referida a situação que já está prevista, segundo se pensa, quanto ao papel das freguesias e ou respectivos municípios onde se integram os refugiados já a viver em Portugal – ainda que poucos face ao “plafond” definido para o nosso país – importa conhecer se tudo isso se correlaciona de uma forma harmoniosa, libertando verbas eventualmente já alocadas de forma global, para se poder fazer mais e melhor.
Segundo a nota informativa divulgada pelo Comité Olímpico de Portugal, “a paz e a educação são dois dos pilares do olimpismo moderno que encontram neste projecto um veículo privilegiado para difundir os valores e princípios da amizade, da solidariedade e do respeito ao serviço do desenvolvimento da Humanidade através do potencial único que a linguagem universal do desporto propícia para a integração social e combate a qualquer forma de descriminação.”
Adianta também a citada nota, que “o protocolo assinado com o CPR consolida as parcerias colaborativas que o COP se encontra a desenvolver no quadro das instituições competentes identificadas pelo grupo de trabalho para a Agenda Europeia da Migração, visando dirigir um plano de acção para a educação e inclusão social de refugiados em Portugal através do desporto, com a parceria das federações desportivas nacionais e activando a sua rede de parceiros institucionais e patrocinadores oficiais no quadro de uma politica de responsabilidade social”, sinal de que se pretende que não seja apenas o Comité Olímpico Internacional a comparticipar.
De acordo com nota do COP, a presidente do Conselho, Teresa Tito de Morais, salientou que “este protocolo de colaboração vai poder proporcionar outras actividades, nomeadamente desportivas, que podem complementar e bem a integração dos refugiados, podendo também descomprimir de algumas das angústias e, simultaneamente, sonhar através do desporto. Queremos que Portugal possibilite uma vida melhor aqueles que acolhemos e sem dúvida que esta parceria é importante”.
Para José Manuel Constantino, Presidente do COP, segundo a nota, “estamos aqui a cumprir uma obrigação social. O COI instruiu os Comités Olímpicos Nacionais para que desenvolvessem estratégias para melhorar a integração de refugiados nos respectivos países”, adiantando que “estamos aqui com sentido de responsabilidade para juntamente com o CPR promover iniciativas que garantam a prática de desporto e permita aos que já têm experiência desportiva, a integração no sistema desportivo e, através destes esforços, ajudar à sua integração e qualidade de vida em Portugal. O desporto é a linguagem mais simples para falar com os refugiados, porque tem para si um significado e porque é fácil de praticar”.
A campeã olímpica e Vice-Presidente do COP, Rosa Mota, também esteve presente na cerimónia, atleta que tem um largo e invejável passado de ligação ao humanitarismo.